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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

S.A.R.


O Presidente da República, em novo, disse à PIDE que estava “bem integrado no regime”.
Enfim, nada que o duque de Bragança não pudesse ter dito também.
Mas – perguntam as boas almas - onde está a novidade?
-quantos portugueses se recusavam a assinar a célebre declaração anti-comunista exigida para a função pública e para quase todas as empresas. Sim, quantos?
- Poucos. Muito poucos e, naturalmente, não contam; eram quase todos comunistas.
Senhores como este, por exemplo. Jamais seria eleito para a presidência da república, se por acaso a isso se tivesse candidatado.
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Mas ainda assim eu prefiro a República.
Em mais nenhum outro regime os cidadãos podem escolher de entre eles o seu “chefe de estado”.
Podem, imaginem, escolher o melhor de entre eles, isto é, alguém verdadeiramente excepcional.
Mas, geralmente, não é isso que fazem. Escolhem o que reúne as qualidades com que mais se identificam. Ou seja, alguém parecido com eles; alguém que teria assinado de cruz o que Cavaco disse à PIDE; alguém que, abrindo a boca, diga quase tantas bacoradas como um taxista.
Enfim, um cidadão comum. Alguém como o Cavaco.
Ou como o bisneto de D. Miguel.
Ah, esse sim, teria hipóteses. Nem que fosse à segunda volta. Ou no prolongamento. Ou lá o que é.
Mas não. Sua Alteza Real não vai a votos.
O rei de Portugal quer ser timorense.
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Eu não. Eu é mais Austrália. Mas fica muito longe.
Ou Noruega. Mas faz muito frio.
Ou então Canadá. Ah, o Canadá. Mas também é muito longe e muito frio.
Isto é que é uma merda.
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