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domingo, 28 de março de 2010

Comunicado número dois



A estupidez tem duas maneiras de ser: ou se cala ou fala.
A estupidez muda é suportável.
Honoré de Balzac
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Este blogue faz hoje três anos e nunca impôs qualquer restrição a comentários de leitores não identificados.
Por razões que sou incapaz de determinar (talvez pela sua tão selecta como residual audiência) quase sempre escapou incólume à implacável impertinência da estupidez incógnita; aconteceu em Janeiro do ano passado e há poucos dias. Devo ter tocado alguma corda sensível - a estupidez, dizem-me, é muito melindrosa.
Mas, como Balzac, não tenho ilusões, eu sei que é impossível calá-la. A “estupidez muda” é um sonho lindo mas inexequível, uma quimera. Tal como a quadratura do círculo, a reencarnação ou a sociedade sem classes, é uma utopia, uma “impossibilidade matemática”, ou seja, um problema “com mais incógnitas do que equações”*.
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Por isso mesmo, e para que tudo se torne apenas tolerável (ou suportável, no dizer do autor da Comédia Humana) e quiçá promissoramente divertido, resolvi morigerar-lhe os costumes: a partir de hoje, neste blogue, deixou de ser possível que ela se expresse anonimamente.
- Pode ser que assim possa pelo menos brindar a minha tão cordata quanto sofisticada audiência com um genuíno jantar de palermas; ou seja, com o espampanante (ainda que episódico, espero) espectáculo, nada edificante mas sempre irresistível, da estupidez exposta e finalmente reconhecida.
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*Devo dizer no entanto que o cepticismo nunca me impediu o divertimento com o mero cálculo de possibilidades.
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4 comentários:

ANTÓNIO AGOSTINHO disse...

Parabéns e um abraço.

cid simoes disse...

"o sítio dos desenhos" e o prazer de entrar num espaço onde encontro sempre sensibilidade e inteligência. Parabéns e saúde.

Capitão Merda disse...

Faço minhas as palavras do Cid Simões!
Haja continuidade.

Post scriptum:
Só agora notei que o Sr. é de Maiorca.
Se até lá não morrer, na próxima semana estarei de férias nessa localidade...

carlos freitas nunes disse...

Ele há gente que não merece a liberdade. Daí que num país que sempre se escondeu na covardia no anonimato, de bufos e animais quejandos, seja preferível manda-los piar para as esquinas das ruas onde moram.