Hoje será entregue na Câmara da Figueira da Foz um abaixo-assinado no sentido de sensibilizar as autoridades para a necessidade de “reconstrução” do Mosteiro de Seiça.
Maria Rosa Anttonen, que deu início à recolha de assinaturas, e é a antiga proprietária do monumento e autora do blogue Seiça, a região e o mosteiro, interroga-se: “Por que o Paço de Tavarede foi completamente recuperado e o Convento completamente abandonado?”
Isto levanta uma questão pertinente e infere uma série de equívocos que persistem na consciência colectiva portuguesa (se é que isso existe) sobre o património e a necessidade, ou conveniência, da sua conservação.
Apesar disso, julgo que é unânime que a conservação do património é importante para a preservação da memória colectiva. É suposto que quando esta conservação acontece, se faça no sentido de restituir à peça restaurada a sua autenticidade original. Isto faz-se, no que aos edifícios diz respeito, com a ajuda de técnicos competentes (canteiros, escultores, entalhadores, douradores, azulejistas, vitralistas, etc.) e, sempre sempre, com o recurso aos materiais originais. É isto que se faz em França, Inglaterra, Itália, e Alemanha, países que gozam justamente do prestígio e do proveito de preservarem o seu património histórico e cultural; neste último país, por exemplo, a catedral de Dresden, destruída na II Guerra mundial, foi restaurada recentemente sem recurso a um único grama de cimento).
E não, não é isso que se faz em Portugal. E não foi isso que se fez na Figueira: nem no Paço de Tavarede nem, mais recentemente, no Jardim Municipal. O que se fez ali não foi restauro. A autenticidade do lugar não foi restituída. O que ali está é outra coisa; não me ocorre o quê neste momento.
Não me parece que os nossos arquitectos (pelo menos os responsáveis do património) sejam pedreiros (têm horror às pedras, que são sujas e pesadas), que aprenderam latim (têm horror ao estudo e ao conhecimento do passado).
Por isso eu até preferia que deixassem tudo como está.
Isto levanta uma questão pertinente e infere uma série de equívocos que persistem na consciência colectiva portuguesa (se é que isso existe) sobre o património e a necessidade, ou conveniência, da sua conservação.
Apesar disso, julgo que é unânime que a conservação do património é importante para a preservação da memória colectiva. É suposto que quando esta conservação acontece, se faça no sentido de restituir à peça restaurada a sua autenticidade original. Isto faz-se, no que aos edifícios diz respeito, com a ajuda de técnicos competentes (canteiros, escultores, entalhadores, douradores, azulejistas, vitralistas, etc.) e, sempre sempre, com o recurso aos materiais originais. É isto que se faz em França, Inglaterra, Itália, e Alemanha, países que gozam justamente do prestígio e do proveito de preservarem o seu património histórico e cultural; neste último país, por exemplo, a catedral de Dresden, destruída na II Guerra mundial, foi restaurada recentemente sem recurso a um único grama de cimento).
E não, não é isso que se faz em Portugal. E não foi isso que se fez na Figueira: nem no Paço de Tavarede nem, mais recentemente, no Jardim Municipal. O que se fez ali não foi restauro. A autenticidade do lugar não foi restituída. O que ali está é outra coisa; não me ocorre o quê neste momento.
Não me parece que os nossos arquitectos (pelo menos os responsáveis do património) sejam pedreiros (têm horror às pedras, que são sujas e pesadas), que aprenderam latim (têm horror ao estudo e ao conhecimento do passado).
Por isso eu até preferia que deixassem tudo como está.
Mal por mal, deixem os vestígios do passado entregues ao tempo e ao seu labor competente.
Mal por mal, já estamos todos “a caminho do esquecimento, essa doce praia”.
Mal por mal, já estamos todos “a caminho do esquecimento, essa doce praia”.
.
.
2 comentários:
É sempre útil e agradável visitar "o sítio dos desenhos" do texto e da música.
Ainda bem que acha, Cid.
É sempre bem vindo neste sítio.
Um abraço.
Enviar um comentário