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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Até aos ossos

A entranhada crise mundial e a recente febre da gripe mexicana, com a sua vertigem de morte têm precipitado um pouco por todo o lado uma espiral de humor negro.
Acontece que humor negro é o “middle name” desse grande país que é o México (é um dos principais traços do seu carácter, está-lhe entranhado na massa do sangue, até aos ossos). E a calavera Catrina, de José Guadalupe Posada, é o seu emblemático retrato oficial.




Este filme notável, de René Castillo, que descobri por acaso, recria e actualiza a genial e (perdoe-se-me o paradoxo) imortal criatura de Posada. Castillo deu-lhe cor e movimento e Eugénia León, voz. Foi neste filme que um dos produtos mais sofisticados do mainstream hollywoodiano, o “genial” e aclamado Tim Burton, encontrou (em A Noiva Cadáver) a originalidade tão apreciada pelos imbecis. Sim, os mesmos que agora, na hora da morte de Vasco Granja, tanto censuram e ridicularizam a paixão deste por filmes experimentais, oriundos de países esquisitos.



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