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NÃO, não se trata se trata de maliciosos e subtis divertimentos em trompe l’oeil. Ou de ousadas e ilusionistas manipulações da imagem. Ou de radicais e virulentos atropelos da perspectiva. Não, agora atingiu-se um outro patamar filosófico: A ARTE INVISÍVEL. Esta corrente artística “eleva o nada ao estatuto de obra-prima!” Nem mais.
Apontem aí nos vossos caderninhos: No ano da graça de 2009 os seis “comissários” desta exposição no Centro Georges Pompidou, Paris, descobriram por fim a arte que não ofende, não choca, não sugere, não significa, não representa, não adianta, nem atrasa - a arte Ómega! (embora haja pessoas que, tendo pago dez euros (10) para ver a exposição, ainda estejam perplexos e desconfiados de uma fraude. Francamente!)
No Centro Pompidou podem à noite deixar as portas abertas: esta exposição, de certeza que não ofende o Islão (ou outra qualquer religião cujos clérigos sejam susceptíveis aos, até aqui, sempre dúbios sentidos da arte).
A arte, meus amigos, atingiu o Nirvana.
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NÃO, não se trata se trata de maliciosos e subtis divertimentos em trompe l’oeil. Ou de ousadas e ilusionistas manipulações da imagem. Ou de radicais e virulentos atropelos da perspectiva. Não, agora atingiu-se um outro patamar filosófico: A ARTE INVISÍVEL. Esta corrente artística “eleva o nada ao estatuto de obra-prima!” Nem mais.
Apontem aí nos vossos caderninhos: No ano da graça de 2009 os seis “comissários” desta exposição no Centro Georges Pompidou, Paris, descobriram por fim a arte que não ofende, não choca, não sugere, não significa, não representa, não adianta, nem atrasa - a arte Ómega! (embora haja pessoas que, tendo pago dez euros (10) para ver a exposição, ainda estejam perplexos e desconfiados de uma fraude. Francamente!)
No Centro Pompidou podem à noite deixar as portas abertas: esta exposição, de certeza que não ofende o Islão (ou outra qualquer religião cujos clérigos sejam susceptíveis aos, até aqui, sempre dúbios sentidos da arte).
A arte, meus amigos, atingiu o Nirvana.
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Ao alto, Cornelius Norbertus Gijsbrechts, Reverso de um quadro, 1670 (óleo s/tela 66,6x86,5cm)
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7 comentários:
Se a arte tivesse atingido o Nirvana n teria sido com este Cornelius. Não consigo alcançar a "escandaleira". Na verdade o artista, virtuoso, até é mestre de trompe l'oeil. Pode-se dizer que é um relógio atrasado, agora um "nirvana"...q exagero...
Ultrapassamos a civilização e atingimos a barbárie?
Será?
Como diria a minha avò "balha-nos nosso senhor".
Pressinto também aí alguma perplexidade e desconfiança... Caro anónimo, Oscar Wilde disse que "o humor é a cortesia do desespero" e eu, que não sou tão bom com com as palavras como o genial irlandês, sentir-me-ia ridículo a explicar a ironia ou o sarcasmo a um profano bem-aventurado. Não ousei sequer fazer um desenho para ilustrar a minha opinião sobre a "expressão do nada". Por isso recorri à imagem acima, que não é um quadro às avessas mas sim a imagem de um quadro às avessas. E não , não é um manifesto iconoclasta da modernidade, trata-se apenas de um capricho intelectual magistralmente executado em trompe l'oeil por um mestre da pintura flamenga do século XVI.
Sobre o mundo da Arte, e a sua sacralidade, a água benta está no adro, cada um tem a que quer...
Quanto aos totós: é mais honesto pagar dez euros para ver a Mona Lisa, ou comprar uma caneca com a fonte do Duchamp? Porventura será mais apaziguador. Vi uma coisa, tenho uma coisa, posso trocar esta coisa.
Pressinto que tonto é querer ver, o que não há para ver.
Caro anónimo, é uma pena que não tenha entendido o tom irónico do post mas, apesar disso, pressinto que afinal estamos de acordo.
Muitos mea culpa, e boa continuação.
Volta e meia ou à meia volta, e se me permitir, aqui virei aqui buscar coisinhas...
Muitos mea culpa, e boa continuação.
Volta e meia ou à meia volta, e se me permitir, aqui virei aqui buscar coisinhas...
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