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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Última hora


O grande desenhador francês Siné foi despedido do Charlie- Hebdo por uma frioleira qualquer de “anti-semitismo”, ou lá o que é.
Ao que parece, Siné fez uma crónica de arrasar (como é seu costume) uma suposta conversão ao judaísmo de monsieur Jean Sarkosy (o filho) para poder casar com a filha de um milionário judeu, fundador da cadeia de armazéns Darty. Vejam aqui toda a sórdida estória detalhada de um ajuste de contas do sarkozismo.
Vai daí, a pedido de várias famílias, deduzo eu, despediram o bom do Siné que tem 79 anos e não se deve importar muito com um pouco de publicidade. Ainda para mais, verdade seja dita, metade da diversão disto dos desenhos é o gozo de “les faire chier”!
Mas isto não deixa de configurar uma infâmia e uma injustiça, pois Siné há mais de 50 anos que massacra sistemática e indiscriminadamente todo o tipo de cretinos: cristãos (católicos, reformados ou outros) judeus, muçulmanos, budistas, militares, comunistas, socialistas, capitalistas, fascistas, nazis e outros, sem nunca ter positivamente diferenciado nenhum destes especímenes.
Ao que parece, o director da revista, o solícito Philipe Val terá pretendido que Siné se retratasse junto de Sarkozy e da família Darty: “Val voulait des excuses auprès de Jean Sarkozy et de la famille Darty. Je lui ai demandé s’il ne se foutait pas de ma gueule. Je préfère me couper les roubignolles”. Tá falado.
Salut, Siné! Mas não deixes que te cortem os roubignolles
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A imagem ao alto reproduz duas páginas de um livrinho que condensa a colaboração de Siné no Charlie-Hebdo em 1980-81 e mostra bem que o homem desde sempre massacrou indiferenciadamente todos os tipos de crenças ou actividades idiotas.

1 comentário:

Lengo D'Noronha disse...

Olá, Fernando.
Cheguei ao seu espaço via Varal de Idéias, do Eduardo, onde há um post muitíssimo interessante à respeito de Pollock e a dripping paint.

Muito bom seu blog e seus trabalhos.
Realmente interessante!

Volto sempre.
Abraço.