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sábado, 25 de agosto de 2007

retrato de mulher enquanto espera, 2000

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(acrílico s/tela - 60x80)
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Este quadro é um de uma série de estudos que fiz por esta altura, cujo motivo era a figura contra o fundo, neutro. Este é outro exemplo. Embora, também neste caso, a qualidade da foto deixe a desejar, ainda assim permite ver o que me interessava nesta série de pinturas: a máxima expressividade com o menor número de meios. Neste caso a figura destaca-se da superfície, não através de agudos contrastes cromáticos mas apenas pela gravidade do desenho.
O jogo de contrastes entre uma trama suave de tons (que vai do branco a tonalidades glaucas e cinzas passando pelo amarelo pálido e o rosado) e o desenho, algo ríspido e vigoroso - atinge o clímax no regaço, no centro visual da pintura, onde a suavidade e leveza dos tons aplicados se encontram com o escorço das mãos (como uma chave de ouro) a carvão, numa execução quase expressionista.
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Creio que existe nesta pintura uma tensão surda, não muito óbvia, mas latente.
Esta tensão que persiste, inquieta e subterrânea, justifica bem o título que escolhi para ele. E também testemunha a minha completa incompetência para a pintura ligeira, e como são sempre vãs e frustradas as minhas tentativas mais amáveis.

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