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domingo, 1 de julho de 2007

o grande limoeiro, 2004

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Tive a coragem de olhar para trás
Os cadáveres dos meus dias
Assinalam o meu caminho e eu choro-os
Uns apodrecendo nas igrejas italianas
Ou entre os limoeiros
Que dão ao mesmo tempo e em qualquer estação
A flor e o fruto
Outros dias choraram antes de morrerem nas tabernas
Espancados por ardentes ramos
Sob o olhar duma mulata que inventava a poesia
E as rosas da electricidade abrem-se ainda
Nos jardins da minha memória
Guillaume Apollinaire
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Já aqui referi a minha esporádica e pouco convicta relação com a paisagem.
Esta é uma grande tela para uma curiosa experiência. Um capricho. Trata-se de um quadro que eu quis para mim. Para a sala da casa, em Maiorca, para onde me mudei em 2001.
O motivo é um dos velhos limoeiros do quintal. A reprodução que podeis ver é parcial (as minhas aptidões com a fotografia não me poupam planos enviesados), pois não é visível a cercadura com motivos florais que envolve a composição e lhe dá um vago ar de tapeçaria.
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