Em Portugal, Manuel Morais, um sindicalista da Polícia, foi
suspenso de todo o serviço porque, entre outras coisas do âmbito da sua
actividade sindical, disse que “André Ventura é uma aberração”.
Em Espanha, Pablo Hásel, um cantor rap, foi
condenado a prisão efectiva por cantar (ou lá o que eles fazem no rap) que
a monarquia é corrupta (algo assim como “los borbónes son ladrónes, ónes, ónes”).
Bem vistas, quero dizer, vistas de perto, estas situações
parecem-me ambas casos óbvios de duas pessoas duramente castigadas por dizerem em
alta voz e em público o que toda a gente já sabe, isto é, algo que nem sequer é
segredo de estado.
Perguntem-se porquê.
Se fosse na Rússia ou na China ou, sei lá, na Venezuela, a
nossa imprensa liberal já tinha armado um verdadeiro circo (com palhaços transformistas
e trapezistas) a favor de todas as santas liberdades e da de
expressão. Mas não, é o silêncio dos cemitérios na união ibérica
democrática.
Perguntem-se porquê..
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