Não, ao contrário de Ruben
Fonseca, por exemplo, Luis Sepúlveda não era um grande escritor. Mas, tal como
Buñuel, eu também “não respeito ninguém só porque é um bom escritor. O mundo
está cheio deles. São precisas mais qualidades”.
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É verdade que aprecio o
talento dos grandes escritores, alguns deles - eu sou sensível ao verdadeiro
génio - colhem mesmo a minha sincera admiração, como Ruben Fonseca. Mas se “o
mundo está cheio deles” também é verdade que alguns são homens bem pequenos:
o talento convive neles amancebado com a mais crua e medíocre miséria humana.
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O respeito é outra coisa. É algo que dedico apenas aos grandes homens. Àqueles que, como
simples humanos, se destacam dessa precária e sempre contraditória condição, a
mediania. Àqueles que nunca se arrependeram, nem se envergonharam, nem se lastimaram
de um único segundo da sua vida - como Luís Sepúlveda.
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