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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O princípio de nixon

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E o homem do ano é... Carlos Costa. 
Por todas as razões e mais a seguinte: o governador do Banco de Portugal, sobre quem já me debrucei aqui, parece a demonstração viva da perene actualidade do princípio da incompetência, ou de Peter, do professor Laurence Johnston Peter.
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Este príncípio pode ser enunciado deste modo: num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência. E isto é assim, segundo o professor Peter, porque entre outras coisas, “a nata sobe até azedar” e porque “para qualquer trabalho no mundo existe alguém, em algum lugar, que não o pode fazer. Pela força da promoção, essa pessoa conseguirá esse posto”.
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Foi o que aconteceu com Carlos Costa no topo da hierarquia do Banco de Portugal. Para a hierarquiologia, ciência criada plo prof. Peter, a competência é a "capacidade do empregado, julgada pelos superiores, para preencher o seu lugar na hierarquia". Chegado ao topo, Carlos Costa é, pla lei em vigor, inamovível, indemitível, insubstituível; porque não tem superiores que lhe julguem a capacidade. Atingiu a bem-aventurança da incompetência, a indispensabilidade inimputável.
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Contudo o prof. Peter não ficou por aqui para nos ajudar a entender toda a dimensão e densidade do fenómeno da estupidez na hierarquia das organizações de topo. Chegados a este patamar, elaborou outro príncipio que se adapta, como outra luva, a Carlos Costa: o princípio de Nixon, para o qual “se dois erros não fazem um acerto, experimente com três”.
Penso que, depois do BES e do BANIF, é exactamente isso que o imparável governador do Banco de Portugal se prepara para fazer, no ano que aí vem, com o Montepio ou com outro banco qualquer.
Está tudo previsto pelo professor Peter.
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1 comentário:

cid simoes disse...

Incompetente ou conivente?