Ascenso
Simões fez saber que não apoia nem vai apoiar nenhum candidato
à presidência da República. Nem mais.
Ascenso também acha, e também fez que se
soubesse, que há muito que defende “uma
revisão da constituição que faça encerrar o anacronismo que é a eleição directa
do PR”.
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E agora - perguntais vós - quem é esse pentelho simões?
Ora bem, Ascenso é um rapaz da minha idade. Só que sucialista e muito católico.
Foi, por
exemplo, um feroz opositor da despenalização do aborto. Tal como Guterres e como
teria sido Américo Tomás. Mas é, par contre, a favor do fim da eleição directa do Presidente da República. Ascenso prefere
escolhê-los a dedo. Como era no tempo do Tomás. E do Carmona, e do Craveiro
Lopes. No tempo dos bons costumes.
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Embora se tenha licenciado tarde (tal como Passos Coelho,
por causa da plítica) Ascenso é, segundo
o seu blogue, “mestre em Gestão pela UTAD, titular do PADE – Programa de Alta
Direção para Executivos da AESE/IESE, pós-graduado em Auditoria Pública pelo
IDEFF, pós-graduado em Gestão Pública pela UTAD, licenciado em Ciências
Empresariais, com especialização em Gestão de RH, pelo ISCET e Bacharel em
Administração Autárquica pelo ISPP/UP. Ainda segundo o seu blogue, “É conferencista e autor de livros técnicos, de
centenas de artigos e textos académicos nas áreas da organização pública, da
segurança e defesa, do ambiente e da energia. Tem, ainda, obra poética
publicada”.
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Ascenso é um daqueles políticos portugueses que, a
exemplo de Durão Barroso, Armando Vara, Assunção Esteves, Passos Coelho ou
Edite Estrela, tiveram o início das suas carreiras políticas crismado por esse
escol de exigência cívica e de cidadania informada e consciente que é o eleitorado
transmontano. Depois disso, qual Calisto
Elói, tem sido sempre a subir. Já foi, entre inúmeras outras coisas mais ou
menos relevantes e irrelevantes, secretário d’estado, cabeça-de- lista por Vila
Real e administrador da ERSE.
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Para um dos seus correligionários “tem conseguido, ao longo
dos anos, lidar com as diferentes sensibilidades do partido e manter pontes.
[Basta ver] que foi próximo de Sócrates, amigo de Seguro e diretor de campanha
de Costa”. Segundo o jornal em linha “O observador”, “talvez isso justifique ter uma lista com mais de 300 pessoas a quem
oferece presentes no natal – uma lista de onde nunca
cortou qualquer nome”.
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Recentemente contudo,
Ascenso foi descenso; tal como
Calisto Elói. Quero dizer, foi despedido de director da campanha de Costa - por
causa daquela cegada dos cartazes idiotas.
Mas Ascenso não é nenhum anjo caído. Está de volta a Caçarelhos. Continua a ser cabeçadelista por Vila Real. Tem aliás a
eleição garantida. E o direito constitucional, pelo menos por quatro anos, a dizer mais, muitas, outras merdas.
Por isso fiz-lhe o retrato.
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1 comentário:
Só hoje vi este excelente texto.
Muito obrigado por tanto mimo.
Com exceção da comparação com Calisto Eloi (por mim Silos, Benevides e Bermuda seram apelidos bem mais interessante) tudo o resto segue os amores e ódios de muitos.
Gostava de ter o “desenho” para guardar junto da extensa lista de elogios que recebi nestes muitos anos de vida pública. Também gostava de saber como faço chegar ao autor do Blog os meus últimos quatro livros publicados (os restantes 7 já se esgotaram) para que, se achar bem, possa completar a “sova” que aqui me oferece.
Com estima,
Ascenso Simões
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