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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O cavaquista da cara-de-pau



Manuel Dias Loureiro é a prova viva de que o clima de negócios é muito mais ameno em Portugal do que no Dubai ou em Singapura e do quanto por cá a justiça é pródiga com os pulhas. Podem crer. Ora vejam, continuem a ler por aqui abaixo.
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Dias Loureiro nasceu em Aguiar da Beira, coitado. Mas depois, foi por aí acima. Chegou a advogado em Coimbra-meu-deus, a ministro a seguir e, finalmente, a conselheiro de estado.
Segundo as suas próprias palavras, Dias Loureiro “saiu do governo sem dinheiro” e seis anos depois declarava mais rendimentos do que Belmiro de Azevedo. 
Seis anos, caralho. Há ou não há coisas fantásticas? - (diz que sim e que são verdes).
"As pessoas vêem que ganhei dinheiro, mas não vêem que trabalhei sempre muito. E fiz negócios bem sucedidos", diz ele. Claro que sim. Como um mouro. Em Marrocos. E em Porto Rico.
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Mais uns anos depois, na sequência do seu alegado envolvimento em negócios ilegais da SLN, a justiça portuguesa não conseguiu penhorar-lhe a ponta de um corno (zero, rien du tout, nothing, nada): depois de rigorosa análise ao seu património, por investigadores certamente competentes claro, as conclusões mostraram que os imóveis estão registados em nome de familiares ou pertencem a empresas sediadas em paraísos fiscais. Além disso, as contas bancárias que o antigo braço direito de Oliveira Costa no BPN tem em seu nome possuem saldos médios que não ultrapassam os cinco mil euros.

Dias Loureiro diz que é muito difícil passar por isto, mas aguenta. Ai não que não aguenta.

Ele é um estóico - até dorme, segundo diz, sem tomar comprimidos. Como um justo, o filho da puta.
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