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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Manuel António Pina


Caro Fernando Campos:

Encontrei em tempos no seu blogue "O sítio dos desenhos" (e aproveito para o felicitar pela qualidade não só dos seus desenhos mas de todo o blogue) uma caricatura minha de que muito gostei e que logo "piratiei" copiando-a para a minha pasta pessoal de fotos e desenhos. Ora deu-me por estes dias para gastar umas curtas férias à minha servidão diária das crónicas de jornal esboçando um site onde, além de uma bibliografia, tenciono incluir uma breve galeria de fotos e dois ou três desenhos. Quanto a desenhos, seleccionei dois: um de Joaquim Vieira e um outro, uma caricatura, de Darocha. Ficaria muito feliz se me autorizasse a aí incluir igualmente a caricatura de sua autoria.

Fico na expectativa de uma resposta sua. Entretanto, creia-me seu fiel admirador e aceite os meus mais cordiais cumprimentos.

A 11 de Junho recebi esta generosa e delicada missiva no meu correio electrónico. É claro que autorizei, desconcertado, sensibilizado e, confesso, algo envaidecido. Não é todos os dias que se recebe encómios e um pedido de um dos maiores poetas e cronistas da Língua Portuguesa.
Esse foi um dia bom para mim.
Não fazia sequer ideia que estava doente.
Hoje soube. Manuel António Pina morreu.
Sinto frio e estamos (todos) mais sós.
Hoje foi um dia triste e desolador.
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4 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Meu caro, quis ler a missiva sem conseguir. Imagino que, sendo um elogio, não se sinta à vontade para lhe dar mais destaque. Deixe-se disso e partilhe com o corpo de letra que merece...

...como partilhou a dor que lhe causou a noticia. E eu a tenho...

Vou substituir a foto de Manuel António Pina pelo seu trabalho.

Rogério G.V. Pereira disse...

Agora sim! Tudo lido (é que meus pobres olhos não suportam mais dioptrias...)

Seu trabalho também já foi editado.

Lídia Borges disse...


Gosto do poeta, da pessoa e da caricatura.
A notícia da sua morte deixou-me muito triste.

Lídia

cid simoes disse...

Muito do que nos dá força para continuarmos neste caminho pedregoso é encontrarmos homens de grande sensibilidade que, porque modestos, justamente se admiram.