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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Uma piada portuguesa


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Os ingleses têm dos povos meridionais a ideia de uma gente geneticamente predisposta à venalidade. 
Os portugueses, através do seu comportamento cívico (e do dos seus eleitos) parecem apostados em querer dar-lhes razão, justificando-lhes o preconceito.
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Cândida Almeida foi à universidade de Verão do pêpêdê e, segundo os jornais de referência, é dada como “muito próxima de círculos” do pêésse. Ou seja, frequenta um partido cujo código genético integra a iniquidade e é tida por próxima de outro cujo código genético integra a corrupção.
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Ah, é verdade, na sua muito celebrada (deve valer-lhe a consagração, o topo da carreira e, no fim claro, uma reforma a condizer) prelecção aos pêpêdêzinhos, Cândida afiançou que não existe corrupção em Portugal. Assim.
-Há ou não há coisas fantásticas, caralho?
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Num país medianamente civilizado um magistrado que frequenta meetings políticos farsolas e cultiva afinidades electivas tão conspícuas seria irrevogavelmente afastado de todo o serviço, por indecência e fraca figura. Não em Portugal. Cândida Almeida é tida, com naturalidade, como a mais que óbvia futura sucessora deste beirãozinho valente: a nova procuradeira da república das bananas de Portugal.
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Se aqui, eu referia uma sucessão de factos patuscos que me pareciam configurar os pressupostos de uma genuína pilhéria inglesa, este facto novo parece-me o seu óbvio desfecho. Nessa altura eu prevenia-vos precisamente para um possível desfecho desconcertante e para um sentido imprevisível, alertando-vos para que quase nunca tem um único.
Esqueci-me de referir que, a mais das vezes, não tem nenhum.
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É verdade. O que realmente faz rir os bifes é o absoluto non-sense da coisa.
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3 comentários:

cid simoes disse...

Próxima... tão próxima que circula uma foto onde Almeida Santos lhe dá um comovido e apertado chi-coração.

platero disse...

adorei "BONECO" - gostava de copiar para divulgar

disse Cândida aos meninos
na sua douta lição
:
Portugal dos pequeninos
não cabe cá corrupção


Fernando Campos disse...

À vontade, caro Platero.
Sirva-se.