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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Osvaldo Macedo de Sousa


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Este mundo não é só Relvas e quejandos.
Ainda existem, felizmente, pessoas verdadeiramente extraordinárias; pessoas para quem a fossanguice não é prioridade nem a vanglória o violon d’Ingres.
Como Osvaldo Macedo de Sousa.
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A bem dizer, já o conheço há alguns anos, através do seu humorgrafe, que sigo desde que me passei a interessar pelo humor gráfico; e temo-nos correspondido, de quando em vez. Contudo, agora conheci-o pessoalmente. Em Penela, para onde generosamente me convidou para com ele integrar o júri de selecção dos desenhos da III Bienal de Humor Luís d’Oliveira Guimarães.
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Historiador por formação, Osvaldo dedicou trinta anos da sua vida à investigação, divulgação e dignificação da arte da caricatura e - nas palavras de José Oliveira, o presidente da FECO (associação dos cartoonistas portugueses) - “da sociabilidade dos cultores desta arte”. Através da humorgrafe, Osvaldo promove concursos, exposições, encontros e colóquios por todo o país e até no estrangeiro. 
Ainda segundo José Oliveira, “o seu trabalho tem dimensão gigantesca, sem a mínima correspondência em proveitos materiais. O documento mais visível do seu trabalho de investigação é a obra em cinco volumes intitulada História da Arte da Caricatura de imprensa em Portugal, publicada entre 1998 e 2002, com edição partilhada pela Secretaria de Estado da Comunicação Social. Mais de duas mil e cem páginas.
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Obra que ele generosamente me ofereceu, talvez para me compensar por me ter sujeitado ao muito honroso mas algo desconfortável privilégio de avaliar os meus pares (experiência que não tenciono repetir). A edição desta obra excepcional foi também, ao tempo, e simultaneamente, uma ocasião rara de revelar, de uma só vez, toda a dimensão intelectual do seu autor, um pouco da imensa estupidez e iniquidade da Justiça em Portugal e alguns pormenores da grandeza da pequenez de um certo vulto da nossa baixa-cultura.
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Tenho assim o ensejo de avaliar a monumentalidade de uma obra que nem sequer é a sua actividade principal. Osvaldo é cantor lírico; integra o coro do teatro S. Carlos. A arte da caricatura é apenas o seu “violon d’Ingres”.

Há ou não há pessoas realmente extraordinárias?
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1 comentário:

cid simoes disse...

HÁ! e é por isso que nunca baixarei os braços

Saúde!