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sábado, 19 de dezembro de 2009

Uma prenda de Natal


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Não tenho o hábito de aconselhar leituras e muito menos prendas de natal. Mas esta é irresistível.
Trata-se da opera magna do pensamento político figueirense.
O caso é tanto mais notável quanto raro, na quase inexistente literatura política figueirinhas.
É uma obra ambiciosa (trata do passado, do futuro, de erros, soluções e até perspectivas). Mistura a grandiloquência generosa das boas intenções do romance de Cavalaria com os bons sentimentos e a moral edificante da literatura infanto–juvenil.
Mas é também uma espécie de D. Quixote às avessas: um delírio, mas de bom senso e de sensatez idealista. Foi escrita a quatro mãos pelo vereador António Tavares (um anti-Quixote dotado de perspicácia e bom-senso visionário) e pelo seu fiel escuteiro e ex-colega João Vaz (um Sancho idealista e cordato).
É também um complexo roman à clef que apenas se desvenda após a tresleitura, isto é, quando se confrontam os factos com a ficção - e se compara o que o autor diz com o que o autor faz, ou seja, opus artificem probat - que é como quem diz: "a obra mostra o artista" ou, melhor ainda, "o homem mostra-se nas suas obras".
É uma obra imperdível para o entendimento dos meandros da política local nos próximos quatro anos (pelo menos). A sua leitura comparada ou tresleitura, pode ser tão instrutiva como divertida, senão mesmo hilariante.
Pressinto que se pode tornar num livro de cabeceira para muitos munícipes interessados pela polis e pela praxis política.
É óbvio que para a oposição já se tornou um autêntico breviário. Porque - o sancta simplicitas! - este livro é uma arma patusca de arremesso político (uma espécie de bumerangue perverso: atinge o lançador), o que também lhe proporciona um certo ar de romance pícaro: mais ou menos como se Maquiavel desse um tiro num pé depois de já ter, com requintes de pormenor, contado a estória toda.
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6 comentários:

Anónimo disse...

O livro ainda está à venda ? Onde ?

Fernando Campos disse...

Ora, receio que em todas as boas livrarias.
Se não conseguir encontrar nenhuma, pode sempre tentar a Havaneza, ou a Casa Rádio.
Quiçá mesmo a Luzitana.

Anónimo disse...

aleluia,aleluia, pensava que estava tudo enamorado da nova elite local, excepto o 5º poder, mas não, aleluia,aleluia

Anónimo disse...

Serão sociaistas que gostam de cerejas sem caroço?
É que nunca se sabe...

Anónimo disse...

Ná, devem gostar mais de robalos.

ADRIANO NUNES disse...

Caro amigo,

Venho desejar-lhe Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! Paz e Luz! Sempre é ótimo vir ao seu belo blog!

Grande abraço,
Adriano Nunes.