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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O autarca modelo


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Toda a gente sabe que uma pergunta retórica é feita sem objectivo de obter resposta. Trata-se de um recurso de linguagem.
Mas quando certos recursos de linguagem são utilizados por chicos-espertos, manhosos mas um tanto apalermados, as respostas que obtêm podem ser pertinentes e algumas até bastante eloquentes. Como estas, (a pergunta e a resposta) lidas ontem, no Blasfémias.

“Porque será que quando um político (e especialmente um autarca) é condenado, a populaça rejubila e quando é absolvido vocifera?”

"Se calhar, meu amigo, porque condenar um autarca corrupto é mais raro que aparecer o cometa Halley.Mas não se preocupe, Vossa Senhoria, se está a pensar seguir a carreira do Dr. Isaltino, que nada, rigorosamente, nada, lhe irá suceder. O indivíduo irá interpôr recurso e, com um pouco de sorte lá para 2020 estará o caso no Supremo (e será absolvido). Entretanto será reeleito mais umas quantas vezes, ganhará uma reforma de luxo e sairá de cena, pacatamente, para o Brasil, seguindo conselhos da Fatinha Felgueiras. A justiça cá da aldeia é bestial. Uma gajo rouba uma carteira vai para o Linhó aprender a chutar heroína em condições em dois segundos e meio e quem rouba milhões escorrega por todas as excepções, meandros e baixios da lei até à chegada da Nossa Srª da Prescrição.
Talvez a corja a que pertencemos rejubile porque são destas notícias que dão aos incautos alguma (vã!) esperança no nosso sistema judicial.”

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