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domingo, 21 de junho de 2009

O candidato Joker


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Eis mais um cromo para o meu Álbum Figueirense.
Trata-se do mais recente candidato a pretender ocupar a cadeira de Santos Rocha.
Se a política é um jogo, este deve ser o Joker local.
Numa cidade em que quase todos os partidos têm candidatos independentes, ele é independente dos partidos. Contudo, nem sempre foi assim: Daniel Santos cumpriu um mandato como vice-presidente do município e vereador do urbanismo no consulado de Santana Lopes e outro como presidente da Assembleia Municipal no primeiro mandato do actual presidente da Câmara.
Este engenheiro civil, com um gabinete de projectos há muito instalado na cidade, sabe de urbanismo como poucos e de planificação urbana como ninguém; pode dizer-se que, de há trinta anos para cá, pelo menos, o urbanismo e o planeamento não têm segredos para ele: à excepção da urbanização das Abadias, do Museu, do seu parque e do bairro do Cruzeiro, últimos exemplos do urbanismo planificado da outra senhora, pouco deve ter sido construído na cidade e arredores sem a sua participação, consciente ou omissa, como agente activo de uma concepção de urbanismo que está à vista de todos.
Daniel Santos, que aprovou (não consta que tenha manifestado reservas) a privatização dos serviços municipalizados de Água e Saneamento, a recolha de lixo e a criação das mil e uma “empresas municipais”, está agora consternado com a “dissipação de recursos” e com o estado a que a cidade chegou. E está até muito preocupado pela imagem desta “no país e no estrangeiro” – dizem-me (eu não sei, vivo nos arredores de Maiorca, sou um simples vilão) que dos bueiros do Bairro Novo, impávidas, famílias inteiras de ratos passeiam o seu esplendor pela tardinha…
Estranhamente (ou talvez não…) este Joker, cuja candidatura independente dos partidos veio alterar o xadrez político figueirinhas, é agora apoiado pelas mesmas forças vivas que o apoiaram quando foi eleito por um dos partidos do alterne local.
Contudo, ao contrário de um outro de quem já falei aqui, este notável não tem inimigos (!), é honesto (!), e, o que não é pouco, é figueirense; é aliás, um figueirense de lineu: não torce nem amola; não aquece nem arrefece; não adianta nem atrasa; não chove nem molha; não cheira nem fede. O inenarrável Santana Lopes conta tudo nas suas “memórias da Figueira”: “É o chamado homem bom da terra. Sério, honesto, cabelo grisalho, barba grisalha, respeitado. Um homem querido por toda a gente. (…) Mas, quando falei com ele, não deixei de lhe dizer: «o senhor é de uma raça que me faz muita impressão, por uma razão simples: não há quem diga mal de si. Nem sempre confio nas pessoas de quem todos dizem bem porque, em política, quem decide, fá-lo a favor de alguém e contra alguém. Arranja adversários. Quem gera consensos em todo o lado, normalmente, não decide». Viria a ser muito útil.”Estamos pois conversados.
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1 comentário:

PDuarte disse...

podia comentarmas não o faço, até porque hoje é noite de São João na nossa cidade.
Abraço