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quinta-feira, 5 de março de 2009

Paulo Diogo


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Após alguns anos de abandono da pintura (que trocou pelo ensino), o meu amigo Paulo Diogo regressou à paixão dos seus verdes anos e no espaço de seis meses já vai na sua terceira exposição consecutiva. Inaugurou no dia 24 de Fevereiro uma exposição no CAE, Figueira da Foz. Até 15 de Março.
Esta sua mostra, muito maior do que a que realizou em Setembro na sala da Magenta (em que partilhou o espaço com mais duas artistas) permite uma muito mais abrangente apreciação da qualidade e validade do seu trabalho. Este, bastante diferente do meu (os nossos universos são substantivamente distintos embora tenhamos partilhado o percurso) é igualmente povoado de citações, alusões, ironias e sarcasmos subliminares.
A pintura de Paulo Diogo, desde os guaches iniciais influenciada pelo imaginário surrealista, é agora pontuada por um colorido pop que acentua e sublinha o seu caprichoso humor non-chalant por vezes cruel e imprevisto. O seu trabalho, pontuado por referências “cultas”, imaginoso e experimentalista (veja-se as suas pinturas em volume ou o curioso e ousado jogo intelectual com o conceito de “moldura”) está em plena maturidade.
Contudo, decerto por (de)formação profissional, Paulo não resistiu a “explicar” o seu trabalho. Prodigalizou ao público uma espécie de “catálogo-glossário” onde “explica” os seus quadros, um por um. Perfeitamente dispensável. Eu julgo que os bons quadros têm vida própria, não precisam de “advogado”. Os mesmo bons vivem mais do que os seus autores (que não estarão cá sempre para os defender). Esta exposição tem um bom punhado deles.
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Ao alto, Eu, Paulo Diogo, óleo s/tela -100x100
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