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sexta-feira, 16 de maio de 2008

o candelabro e uma estória

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Esta espécie de candelabro (ou castiçal) é um exemplo dos objectos que vou inventando a partir de achados.
Não se trata sequer de um object d’art. Apenas um objecto utilitário com um efeito decorativo digamos, extravagante.
Como muitas coisas, surgiu de uma necessidade.
Há tempos, por altura do aniversário de Isabel, a nossa filha convenceu-me, "em segredo", a preparar-lhe um jantar romântico surpresa - “à luz de velas, papá”, disse.
Mas não tínhamos um castiçal.
Fui ao atelier e, de entre a tralha que vou recolhendo e amontoando, escolhi um velho e enorme parafuso com a sua enorme porca de orelhas, que pintei de verde (para o corpo), dois bocados de MDF que pintei com dois tons de ouro (para a base) e um pequeno sarrafo de mogno que envernizei, (para o suporte das velas). Em duas horas estava pronto. Foi o trabalho de ensamblar as partes.
Nessa noite tivemos, todos três, (daí o número de velas do castiçal) o jantar romântico que ambos, previamente, havíamos confeccionado. Uma sorria, divertida. A outra, deleitada, batia as palmas de satisfação.
Estas coisas acontecem-me porque partilho a vida com alguém muito indulgente com os desvarios da minha imaginação e porque temos uma filha com uma mente muito aberta para a beleza, digamos, pouco convencional. O brilho dos seus olhos infantis redobra de intensidade sempre que lhe proporciono o espectáculo simples de coisas que se transfiguram noutras coisas.
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