No ano em que Portugal comemora os duzentos anos, reparem bem, da fuga da família Real para o Brasil(!), a Espanha comemora os duzentos anos da recuperação da sua independência (contra a França ocupante).
puta madre, como vedes, a praxis marca a diferença, o critério e o estilo e também define a estirpe.
Acontece a quem tem referenciais de Génio e de verdadeira Grandeza.
E a quem os não tem.
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No passado dia 15, os reis abriram as comemorações inaugurando, no Museu do Prado, a mostra “Goya en tiempos de guerra”, uma grande exposição de 200 obras de Francisco de Goya, executadas entre 1794 e 1819. "No es una exposición para pasar un buen rato, es una revisión sobre la violencia y su actualidad"
A visão de Goya sobre a guerra já dominava uma outra mostra inaugurada em Fevereiro na Biblioteca Nacional de Espanha.
Mas o melhor mesmo das comemorações é a edição, num único volume, de toda a obra gráfica do grande aragonês. Os disparates, os Caprichos, a Tauromaquia, os Desastres da Guerra, os Prisioneiros e alguns inéditos.
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É a vida, coño! Há os que comemoram um rei que fugiu(!!).
Há outros que comemoram um plebeu que ficou e mostrou como foi.
Sem heróis, nem anjinhos nem baboseiras.
E até mostrou que no fim, expulsos os franceses e regressados Fernando VII e o absolutismo - “un monstruo que escupe animales muertos, un buitre gigante que acecha a unos hombres o unos presos custodiados en condiciones inhumanas-, junto a un documento de la renacida Inquisición que establece la lista de los libros prohibidos.”
Está bom de ver que, depois da guerra e do regresso do rei e da inquisição, chegou a vez do artista fugir.
Morreu exilado em Bordéus, em 1828.
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