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quarta-feira, 20 de junho de 2007

A batalha do Huambo, 1993

(…)Huambo,
as belas cidades do Mundo contemplam-te com tristeza e silêncio,
débeis em face do teu pavoroso sofrer, tu que sofreste e ainda sofres tanto,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados com o sangue dos mortos,
as pobres e prudentes cidades, que se entregaram sem luta,
aprendem contigo o gesto do fogo.
Também elas podem esperar. (…)
Ernesto Lara (Filho), Carta para o Huambo, 1976

(acrílico s/tela 2,30x1.20)

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Esta pintura foi pensada e executada ao longo dos 55 dias do cerco que a cidade do Huambo sofreu, durante a guerra que se reacendeu em Angola, após as eleições de 1992.
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O quadro, de grandes dimensões, foi sendo construído ao longo desses 55 dias, fragmentariamente, à medida que iam chegando as notícias da voragem de ódio, destruição, bombardeamentos e carnificina que destruíram o Huambo.
Não é obra de propaganda. Tão só um testemunho pessoal, sofrido e indignado sobre uma tragédia que se abateu sobre uma cidade mágica da minha infância, a talvez pueril “Huambo dos morangais e das goiabeiras” de que falava o poeta Benguela Ernesto Lara Filho em 1976, numa “carta para o Huambo”, a propósito de outro cerco, dessa vez às mãos dos sul-africanos.
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A propósito da história trágica desta cidade mágica e mártir aconselho-vos este texto do jornalista, já falecido, Sebastião Coelho, um filho do “Ambo”.
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A qualidade deficiente da foto impede uma apreciação, com pormenor, desta pintura. Contudo, quem possa e queira, pode sempre visitar o Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz e vê-la “ao vivo”.

2 comentários:

carlos freitas nunes disse...

A história também se escreve através da pintura.

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e