“Il n’y a que Matisse”
Picasso, na morte de Henri Matisse
Picasso, na morte de Henri Matisse
O que faz uma foto de roseiras num blogue de desenhos (ou de pinturas)? – Perguntais vós.
É Maio e estas rosas são do meu jardim. São, de certo modo, também, desenhos. Fui eu que as plantei, podei, cuidei e conduzi. São, num certo sentido, também desenhos meus. Orgulho-me tanto delas como do desenho mais conseguido. E mais do que de qualquer outro desenho, delas exala um perfume suave que partilho com quem passa.
Inebriado destes suaves perfumes e no desfrute dos prazeres primordiais, surge-me a nostalgia da idade de ouro, Baudelaire, as sinestesias e o seu Luxe, calme et volupté. Ocorre-me sempre Matisse, esse grande hedonista, e o seu entendimento do desenho como apreensão do sentido profundo das coisas.
“Quando desenharem uma árvore, devem ter a sensação de subir com ela quando começarem pela base.”
Foi talvez o que eu quis experimentar quando plantei estas roseiras, cuidei delas e agora respiro o perfume que destas rosas exala.
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