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terça-feira, 24 de abril de 2007

Os prémios, as comendas e o país apequenado

Os Prémios, as Comendas
e o país apequenado

Acho sempre pateticamente divertidos
os argumentos patuscos de certos críticos,
para justificarem as preferências, os ódios de estimação, as amizades electivas
ou privilegiadas, ou apenas
os seus conhecimentos parciais ou limitados…

Amiúde, este tipo de gente que se deleita avaliando, catalogando e hierarquizando a qualidade da obra dos outros, de quando em vez descai-se… Deixando entrever os alicerces do curioso edifício de conceitos confusos e preconceitos difusos que é a mentalidade de uma inteligenzia cujo discurso supostamente cosmopolita reduz o país a uma pequenez mais mesquinha e autocêntrica que a sua capital (onde, em geral residem), de onde nunca se deslocam, a não ser a New York

Veja-se este caso, com as suas considerações elaboradas relativamente à lista de vencedores do Prémio Camões de Literatura. E compare-se com este, que se refere à atribuição do Prémio EDP de Pintura, ao qual julgo que poderia aplicar a mesma bitola, pois trata-se do mesmo costume, com longa tradição, de premiar unanimidades!

Porque neste país não existem, de facto, Prémios, no sentido de incentivo à qualidade, à novidade e ao mérito! Não existe o hábito de premiar a irreverência e o Novo (Veja-se o caso inglês com o Prémio Turner).

O que existe sim, neste país, sobretudo da parte das elites, é uma predisposição natural e tácita para assumir e até copiar fórmulas complacentes, desde que cheguem do estrangeiro já aceites (dantes era de França, via postal; agora é de qualquer área de influência anglo-saxónica, mas de preferência dos steites, via Internet).

E existe sim, a Comenda, que é uma coisa que as elites políticas e económicas inventaram há muito para remunerar um obsequioso mas reduzido séquito de cortesãos (são sempre os mesmos) que cultiva o amiguismo e se deleita com as unanimidades.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Fernado é tudo uma questão de alinhamentos.
Eles alinham pela possibilidade de terem opiniões próprias. As deles são as chiques, as nossas são chiqueiro.
Para eles o mais do mesmo não é bem a mesma coisa, o mais é o deles, o mesmo é o dos outros.
O problema está em que a "pescadinha de rabo na boca" invade tudo, desde a tasquinha ao restaurante do Tavares Rico!

Anónimo disse...

Pois é, Freitas... mas temos que espernear!