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segunda-feira, 10 de julho de 2023

Pestana ou o sindicalismo “merdiático”


 

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Aquilo a que chamam popularidade é um daqueles fenómenos que sempre me encheram de perplexidade. Num mundo de pessoas cheias de bizarrias idiossincráticas e peculiares nunca fui capaz de compreender o mistério que faz seja o que for do agrado geral ou, pelo menos, das mais amplas maiorias.

André Pestana é um destes fenómenos peculiares que, para mim, são incompreensíveis.
Trata-se de um professor sindicalista que lidera, há meses, uma luta sindical – ora, os professores que ele supostamente lidera, os mais sensíveis à sua retórica justiceira, são precisamente aqueles que nunca se indignaram com o que lhes pagam nem com as condições do seu trabalho, que não gostam de sindicatos, que nunca fizeram uma greve e jamais descontaram para um sindicato (muito deles nem sabem o que é, nem para que serve, têm raiva de quem sabe e até o manifestam orgulhosamente em público).

Quando quis fazer-lhe este retrato, procurei na net imagens suas. As mais numerosas foram invariavelmente fotografias do senhor Pestana sempre rodeado de imensos microfones. Ou seja, a benevolência, simpatia e o tempo-de-antena que generosamente lhe dispensam os meios da comunicação comercial fazem dele - através da indução, da sugestão e da persuasão - um dos mais queridinhos de toda a gente mal informada.

Foi então que percebi que a notícia da morte dos media é bem capaz de ter sido demasiado exagerada. Os media não ajudam apenas a vender sabonetes ou candidatos a presidentes. Também ainda ajudam a vender sindicalistas.

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1 comentário:

cid simoes disse...

Pestana, os media, e o ensaio para um sindicato Chega numa classe com muitos oportunistas ignorantes-presumidos.