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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Começou a campanha eleitoral


Os povos antigos ou são tristes, ou são cínicos. A nós, portugueses, coube ser tristes. 
António de Oliveira Salazar


Não há como a música para “produzir entusiasmo“. E não há como a música popular para exaltar as hostes em tempo de eleições. Para este propósito galvanizante são necessários, contudo, profissionais muito qualificados.

Quim Barreiros é o mais profissional e qualificado destes artistas engajados na difícil arte de produzir entusiasmo (foram muitos anos a-assar-frangos).

A sua simples presença num espectáculo gratuito, contratado plo candidato e anunciado com aparato, facilmente atrai o público-alvo ao redondel do comício. Depois, o seu bailinho lúbrico e o seu verso de duplo sentido depressa fazem as maravilhas pretendidas. Não sem um ou outro bis, mais um riff de acordeão e uma rima atrevida num compasso previsível e eis que, corações ao alto, todas as consciências estão no ponto do rebuçado para escutarem o discurso do candidato - e disponíveis para todos os vivas e os abaixo que o entusiasmo suscite. 

No fim, o candidato paga o pato e agradece-lhe. O Quim embolsa o combinado, diz-lhe que não tem de quê e vai “produzir entusiasmo” para outro concelho, que o tempo urge e a campanha eleitoral tem os dias contados. Viva o povo. Viva o candidato que paga-o-pato. Viva a campanha eleitoral. Viva a música prapular portuguesa.

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2 comentários:

cid simoes disse...

VIVA!!

X Dias Longo disse...

Confesso que não conhecia esta frase de Salazar, conhecia outras tal como "Os portugueses não precisam pensar eu penso por eles" Diria eu coube-nos um "Beato e Cínico"