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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

João Ferreira ou a sonegação de um homem público


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O Senhor Doutor João Ferreira andará escondido nalguma cave escura? É que nas televisões não se vê nem se ouve falar. Vá, confessai lá, eméritos colaboradores dessas casas: tendes instruções para omitir sempre o Doutor João Ferreira, não é? Confessai, só aqui entre nós, à puridade. Nós sabemos que não é má vontade, apenas obedeceis a ordens. Mas a sonegação desse homem público está a dar muito nas vistas, não está? E depois, vós é que pagais as favas, nanja os vossos mandantes,

Mário de Carvalho

A censura das actividades públicas de um candidato à presidência da República (a sonegação de um homem público) está a dar muito nas vistas, sim senhores - tanto que o escritor Mário de Carvalho reparou e até, no seu Facebook, se permitiu três solertes perguntas a respeito deste despropósito que também me causa alguma perplexidade.

Por isto também me permito mais uma: estes meios de comunicação obtiveram a concessão (o privilégio) de um serviço público com o “caderno de encargos” de informar o público do que acontece ou apenas do que lhes apetece?

A ERC (entidade reguladora da comunicação social) terá certamente algo a dizer sobre isto. Aguardamos, pois, os preclaros esclarecimentos desta inefável organização. Estou que nem posso.

É claro que sei que a “ERC atua sempre depois que o conteúdo é exibido num canal de TV ou ouvido numa rádio ou quando um artigo é publicado na imprensa, portanto, não é uma instância de censura” mas ainda assim, e por isso mesmo, seria útil saber o que pensa tão douta entidade quando um “conteúdo” é deliberadamente sonegado e sobretudo quando isto é feito repetidamente; ou seja, quando este procedimento se tornou um padrão.

Ficaríamos em definitivo todos esclarecidos sobre se o direito à informação é realmente efectivo, condicionado, ou se depende. E também, já agora, sobre se a liberdade de informar também depende – mas apenas da (boa) vontade (e da conveniência) dos donos dos meios de comunicação.
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3 comentários:

X Dias Longo disse...

Caro Fernando Campos
Mário de Carvalho tem toda a razão quando pergunta se o Dr. João Ferreira anda escondido numa cave escura.
Alguns de nós saberemos que não mas,é nosso dever denunciar a vergonhosa ação da imprensa dominante muita dela controlada por fundos financeiros que ninguém conhece ou não interessa conhecer.
Essa mesma imprensa repleta de maus jornalistas "exceção feita para alguns" que deveriam encher de vergonha toda a classe.
No meio deste caos não se consegue distinguir o que é jornalismo e opinião, entrando-nos casa dentro todos os dias num chorrilho de coisa nenhuma sem qualquer sentido, dizendo tudo e o seu contrário com a mesma displicência e cara de pau como se tivessem a comer tremoços num qualquer botequim barato.
Mas uma coisa eles têm bem definida,o ataque às forças progressistas,ou às vezes para não parecer tão óbvio a sua opção de classe fazem-no por encobrimento ou sonegação que resulta no mesmo efeito. É isto que se está a passar com o Dr. João Ferreira.
Cabe-nos a nós denunciar este tipo de nova censura.
Um abraço

cid simoes disse...

A COMUNICAÇÃO DITA SOCIAL E DE "REFERÊNCIA" É UMA ARMA LETAL, PORTA-BANDEIRA DE TODOS OS CRIMES CONTRA OS POVOS. EM PORTUGAL NÃO HÁ UM SÓ JORNAL, RÁDIO OU TV QUE DÊ VOZ AO MUNDO DO TRABALHO.

Rogério G.V. Pereira disse...

Meu caro Fernando Campos, também eu peguei no tema e juntei o texto de uma intervenção no Congresso que é imperdível...