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quarta-feira, 17 de julho de 2019

há racistas que são superiores a outros?


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Há meninas, porqueiras, calondros, cabaças, manteiga, gilas, de pescoço, italianas, francesas, libanesas, até japonesas, mas todas oriundas da américa central. Curiosamente, há quem acredite que umas são superiores às outras. Por isso fazem concursos de abóboras – mais ou menos como os de misses - porque também há quem acredite que há mulheres superiores às outras. Trata-se, receio, muito mais de uma pulsão do que de uma decisão racional. É tudo gente de muita fé, que acredita em tudo, mas sobretudo na competitividade. Sim, porque são imensamente competitivos, entre eles.

Indiferentes porém a este frenesim de imbecilidade, as abóboras em geral crescem lado a lado, ou cada uma no seu terroir, despreocupadas e sem grandes pruridos competitivos - limitam-se a ser redondas ou oblongas, lisas ou em gomos, glaucas ou douradas, num regalo para a vista.

Entretanto, a pulsão de estupidez natural e irracional atingiu o grau mais elevado do competitivismo, o supremacismo himself. E a coisa entrou numa vertigem delirante. Todos querem agora mostrar quem é mais coirão, racista e idiota do que a Fátima Bonifácio. Esta, convenhamos, é bastante racista. O cómico e entertainer João Miguel Tavares, não desmerecendo do seu público-alvo, é igualmente idiota e coirão. A competição, notoriamente redundante, indagora começou.

No entanto, à pergunta - “há um supremacista superior?,” a resposta óbvia é - “Não”. Porque eles são todos iguais.
A verdade é que, ao contrário das abóboras na sua imensa diversidade os supremacistas são todos da mesma estirpe. Estão uns para os outros na mesma imbecilidade. Mas não sabem. Se soubessem, perdiam o único sentido que acham para a vida.
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