“Há características mais humanas num chimpanzé ou num
cão do que numa pessoa em coma”
André Silva, PAN
"O amor dos animais contém muito da desaprovação pelos seres humanos e é próprio dum melindroso estado de revolta que não encontrou a sua linguagem", dizia Agustina num dos seus sibilinos, prescientes, certeiros e lapidares aforismos.
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Aquilo a que todos os media,
e até o Marcelo (!), embevecidos, deram graças por não ter chegado a Portugal,
afinal chegou. Ou melhor, sempre cá esteve – apenas não tinha encontrado ainda a
sua linguagem.
Esse larvar e melindroso estado
de revolta, que alastra por toda a Europa e pelo mundo, achou em Portugal, no
sentimentalismo do amor à bicharada, a linguagem de uma nova moral
destituída de empatia pelos seus semelhantes. Uma moral sem culpa, mas de frémitos
totalitários e ânsias censórias e proibicionistas.
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O homem-comum-que-não-lê, o
desinformado convicto, o apolítico de nascença (ou por vocação), o
pobre-de-direita, as misses a concurso, o público do correiodamanha e
a plateia da crestina já têm um novo deus; e André Silva é o seu
profeta.
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Eis por fim a res pública sem
ideologia - só com (bons) sentimentos. De fácil adesão porque sem
compromisso. O sonho húmido dos idiotas de todos os tempos; o delíquio da
estupidificação; o ideal cumprido da maioria silenciosa - Abaixo a esquerda!
Abaixo a direita! - Viva toda a bicharada!
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