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Uma gripe das antigas, um frio de rachar e as podas anuais
não me têm disposto à actualização do blogue. Não, porém, por falta de assunto.
Embora o absurdo em que se tem convertido toda a actualidade me tenha prostrado
num estado de perplexidade que também tem contribuído para que não me ocorra
nada de jeito a propósito: da baba de banalidade dos abraços e dos beijinhos do
Marcelo; da Cristas muito evita, perón-preocupada
com o abandono dos velhinhos descamisados; de uma opinião pública formatada por um
meio de comunicação que pertence ao mesmo grupo económico das transformadoras do eucalipto que
transformaram o rio Tejo num esgoto infecto; da farsa abstrusa e indecorosa do sempre
renovado plantio massivo de eucalipto; da comédia bufa da justiça com o seu
espião condenado por espionagem, os seus advogados vedetas de televisão, os
seus procuradores julgados por corrupção e os seus juízes investigados por
vender sentenças, etc., etc.
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Por hoje fiz-vos o retrato do desembargador Rangel e o seu
saquinho azul. Apesar de tudo são tempos óptimos para o humor. A verdade,
porém, é que não sou o que chamam um humorista,
não ganho a vida divertindo os outros. Só me sirvo do sarcasmo porque o
homicídio é ilegal (sou um cidadão cumpridor das normas, enfim, estabelecidas).
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2 comentários:
Estou mais descansado, saúde da boa!
Abafa-te
Avinha-te
Abifa-te
e para teu descanso
te digo
que sarcasmo não é pecado
embora não seja garantido
que ao céu serás bem-vindo
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