.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Jon Stewart

.
O humorista Jon Stewart é uma celebridade. Apresenta, há dezassete anos, o Daily Show, um programa nocturno na televisão norte-americana onde, através do humor livre e da sátira consequente, trata de se divertir e divertir as pessoas tornando todos os dias mais evidente a estupidez dos propósitos da mentalidade mais conservadora do seu país.
.
A verdade é que nesse grande país que é o seu, apesar de minoritário, há mercado para o humor inteligente. Stewart é mesmo um dos comediantes de televisão mais bem sucedidos e, dizem, uma das personalidades mais influentes da América. Já anunciou porém a sua retirada definitiva do programa para Agosto.
.
Tenho visto com gosto alguns dos seus últimos programas que a SIC-Notícias transmite. Apesar da habitual inteligência crítica e assertividade sem concessões tenho constatado, em pequenos ápartes do seu discurso, uma cada vez mais notória melancolia.
Sempre lúcido, Jon parece não acreditar muito na velha máxima latina “ridendo castigat mores”- “Há 16 anos que faço o Daily Show e o mundo que gostaria que tivesse mudado não mudou. Por muito poder que a sátira possa ter, não é suficiente”, disse ele no ano passado, em entrevista ao “Diário de Notícias”.
De facto, o riso não corrige os costumes. A verdade é que quanto mais inteligente e sofisticado é o humor, mais limitado é o seu alcance -  e quanto mais contundente e explícito for mais ineficaz se revela perante a blindagem inexpugnável da estupidez dominante.

Jon Stewart sabe disto. Como ele refere: Há sempre limites e a mudança não vem da sátira. A mudança chega com aqueles que estão no terreno! Às vezes, a sátira bem feita pode ter alguma influência - por vezes, positiva... noutras negativa. A mudança é dos ecossistemas mais complexos."

Porém, tentou. E foi isso que foi (tem sido) magnífico.
.

2 comentários:

cid simoes disse...

Todas as frentes de luta têm mérito, mas é no terreno que se formam os dirigentes sindicais, os quadros políticos; é na ação que a revolta leveda. E quem disto não se aperceba levará a vida a bater com a cabeça nas paredes, ou seja, na realidade.

Judite Castro disse...

Obrigada pelo registo.
Ainda bem que nos recordou. Andámos estes anos todos a vê-lo, a admirá-lo e quase corríamas o risco de o ir deixando esquecer.
:)