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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A química dos “cromos”

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Segundo monsieur de Lavoisier, na sua lei da conservação da matéria, “numa reacção química que ocorre num sistema fechado, a matéria total antes da reacção é igual à matéria total após a reacção” : Ou, mais filosoficamente: “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
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Alfredo Barroso, um dos pais fundadores do partido do sucialismo democrático (é verdade, aquilo teve um ror de pais) já avisou que se vai embora. Zangou-se com António Costa por causa de umas papaias que este disse depois de uma jantarada com magnatas chinocas para comemorar o ano da cabra num casino.
Quero acabar a minha vida com alguma dignidade e coerência. O que não é manifestamente possível continuando a militar no PS* – disse ele, em trânsito para o Bloco de Esquerda enquanto, quase em simultâneo, se pôde assistir ao trânsito inverso de alguns transfugas deste (acompanhados dos centristas de esquerda do Livre e dos renovadores do comunismo) em direcção ao nosso pasóque. É impossível que não se tenham cruzado algures.
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A observação atenta destas reacções químicas, no sistema fechado de uma certa "esquerda" portuguesa, serve para provar a validade dos postulados do pai da Química - "Numa reacção química a matéria conserva-se porque não ocorre criação nem destruição de átomos. Os átomos são conservados, eles apenas se re-arranjam. Os agregados atómicos dos reagentes são desfeitos e novos agregados atómicos são formados".
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Mainada. Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
E, como referiu o grande Ernest Rutherford, “tudo o que não é Física é colecção de selos”.
Ou de cromos, que é o que eu faço - observo as reacções químicas, e vou coleccionando os cromos. De certo modo, também é Física. 
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*Embora nos últimos tempos se tivesse queixado das práticas estalinistas de Soares (ele acusa o velhote de o ter apagado das suas memórias) não tenho notícia de que Barroso, duplo sobrinho de Mário Soares e seu compagnon de route, se tenha alguma vez amofinado tanto com a aliança deste com a CIA e o sr. Carlucci e com as forças mais ultramontanas da igreja católica portuguesa; nem com os faxes de Macau; nem com o socialismo na gaveta e com as coligações com pêpêdês e cêdêésses; nem com o pantanal do Guterres; ou com o charco do Sócrates.
Mas vale mais tarde do que nunca. É sempre tempo de acabar com alguma dignidade.
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1 comentário:

cid simoes disse...

Desenho e texto magníficos como sempre. Quanto à paternidade do tal sucialismodemocrático, analisado o ADN encontraremos Carlucci como progenitor.