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sábado, 27 de setembro de 2014

o gaveta-funda

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É sabido que as putas, quando velhas, deixam de ter segredos (calculo que já não seja tão importante para a alma do negócio); e quanto mais caducas mais desbocadas - contam tudo, entre peidos lúbricos de malícia sem complexos nem pecado.
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Ora ainda não foi desta que Mário Soares abriu o livro.
De qualquer modo o velhote também já não tem segredos. Assim que vê um microfone, o homem abre a boca até aos cotovelos . Recentemente contou como, quando era primeiro-ministro e com a ajuda de sonami miterã (então presidente da república francesa), desarrincou umas massas no Crèdit Agricole para Ricardo Salgado readquirir o seu BES e a posição que tinha na sociedade portuguesa de antes da revolução. Suponho que é no espírito santo (ou será no Crèdit Agricole?) que desde então está depositada a gaveta onde ambos meteram o socialismo.
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Mais recentemente ainda, proclamou o actual governo como um bando de incompetentes e de ignorantes e que o primeiro-ministro é um bate-na-avó que se meteu “num grande sarilho” (deduzo que a avó seja o banqueiro Salgado, a quem supostamente Passos Coelho teria negado ajuda do estado) mas que quando Salgado falar, “e vai falar” – disse ele - “as coisas serão diferentes”.
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Eu estou que nem posso, sei lá, de curiosidade. Vai finalmente saber-se tudo.
Todavia, enquanto essoutra putavelha não diz nada, já é bem notório o seu lendário talento, digamos assim, “diplomático”: veja-se o sarilho recente em que Passos Coelho se viu metido com a revelação pública da sua maviosa vida contributiva.
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Dizem que “enquanto houver língua e dedo não há puta que meta medo”, mas a verdade é que também convém muita cautela, sobretudo com as velhas; e com as caducas, que são as mais manhosas (cheias de manhas): mesmo com a matraca fechada são capazes de fazer com que se saiba tudo (até ao detalhe mais escabroso).
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Em todo o caso, é sempre um refrigério ouvi-las falar; as putas velhas, sobretudo pelo colorido, e pitoresco, dos pormenores; e, claro, também pela aerofágica leveza com que falam de milhões num país de tostões.
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3 comentários:

cid simoes disse...

É o Mário Machadão dono do Bataclã PS em constante promiscuidade em todos os lupanares governativos.

Rogério G.V. Pereira disse...

"o gaveta funda",
bem postado!

o coreto cantor disse...

O boneco faz soares no tipo ainda apresentável o que para mim não é o caso: nunca foi apresentável por ser um dissimulado. O texto é 5 ***** e deixa-o no seu, dele, ridículo: fanfarrão (fui eu que lhe arranjei as massas para a privatização/recompra) e insidioso (ai se eu falo, se ele fala, se nós falamos, ...). Xussialismo cappitalista.