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sábado, 5 de outubro de 2013

O governador do BdP

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Portugal já conheceu por oito vezes a bancarrota (bancarrota deve ser mesmo o nome do meio deste país).
O Banco de Portugal foi fundado em 1846, no ano da sua sexta bancarrota (o país viria ainda a viver mais duas, ainda no século dezanove).
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No entanto, embora uma das suas atribuições sempre sempre tenha sido a emissão de moeda (até 1999) e a supervisão da actividade bancária, haveria ainda de passar-lhe completamente ao lado o cambalacho de Alves dos Reis e, já no século vinte e um, os cambalachos do BPN e do BPP.
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Fundado com o estatuto de sociedade anónima, até à sua nacionalização, em 1974, era maioritariamente privado. Suponho que a ideia de quem o governa (ou de quem o nomeia) deve ser privatizá-lo, again. Só assim se compreende a frequente vista grossa dos seus governadores (principalmente dos dois últimos) e o descrédito até das suas análises e previsões.
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A verdade é que em Portugal ninguém é nomeado para um alto cargo por saber, competência e para cumprir um programa ou missão (qualquer que seja), mas sim como diz com pérfida ingenuidade o prof. Marcelo na televisão, para “fazer um lugar”. Foi isso que fez o anterior governador, o inenarrável Vítor Constâncio (em trânsito para o que ocupa agora) e o que o faz o actual, o inacreditável Carlos Costa.
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Este, para além de proferir abobrinhas amiúde e em qualquer lugar e de ser dotado de uma notável vista grossa (que aliás o deve ter qualificado para o lugar), agora quer saber quantos banqueiros ganham mais do que um milhão de euros por ano.
Aposto que nem sabe (nem se importa) quantos portugueses ganham menos do que o salário mínimo. Mas suponho que é isso que o faz fazer “um bom lugar”. Até à reprivatização do Banco de Portugal. Ou até à próxima bancarrota.
Mas quando isso acontecer, Carlos Costa já estará noutro “lugar”. Ainda melhor, claro.
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