Que inveja que eu tenho da Islândia.
Por lá, o povo não vive fascinado com o olho azul do senhor do FMI que veio de longe para lucrar 580 milhões a ajudar os pobrezinhos.
Por lá, os imbecis não são operacionais da revolução. O povo de lá faz a revolução sem capitães. Deve ser por isso que, por lá, a revolução não é uma revolta de caserna; não se parece com um levantamento de rancho. A revolução na Islândia não é uma imbecilidade castrense. Trata-se de uma coisa mais serena; mais elevada.
Por lá, os corruptos não são reeleitos depois de levarem o país à bancarrota.
Na Islândia, os ineptos, os corruptos e os imbecis não são inimputáveis.
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Por lá, o povo não vive fascinado com o olho azul do senhor do FMI que veio de longe para lucrar 580 milhões a ajudar os pobrezinhos.
Por lá, os imbecis não são operacionais da revolução. O povo de lá faz a revolução sem capitães. Deve ser por isso que, por lá, a revolução não é uma revolta de caserna; não se parece com um levantamento de rancho. A revolução na Islândia não é uma imbecilidade castrense. Trata-se de uma coisa mais serena; mais elevada.
Por lá, os corruptos não são reeleitos depois de levarem o país à bancarrota.
Na Islândia, os ineptos, os corruptos e os imbecis não são inimputáveis.
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Por cá, Abril durou pouco. Foi um devaneio de poetas. Um desvario de tresloucados. Uma minoria residual, quase todos comunistas, aliás.
Em Novembro, tudo voltou à normalidade; os militares, resolvidos os seus problemas salariais, voltaram a pôr tudo nos eixos. Os banqueiros voltaram a ser felizes. Mais ainda.
Sim, porque por cá o povo não é mal agradecido como os islandeses, esses ingratos. O povo de cá, mais do que tudo, aprecia a normalidade – a indignidade quotidiana da vidinha precária, da denúncia e da bajulação. Enfim, a vida do costume.
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Contudo, apesar de todos os dias Novembro me apertar o coração, lá fora é Abril.
A minha filha, de catorze anos, que tem um blogue e quando se lembra o actualiza com belas fotografias, testemunhou-o. No nosso quintal.
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A minha filha, de catorze anos, que tem um blogue e quando se lembra o actualiza com belas fotografias, testemunhou-o. No nosso quintal.
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Quando ela for grande, eu gostava que ela fosse islandesa.
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1 comentário:
Das terras onde vivi e outras que conheço a nossa é a mailinda depois de varrer o lixo. A porcaria é muita e cheira mal mas também temos lindas flores.
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