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domingo, 30 de janeiro de 2011

Madiba


Por estes dias os sul-africanos estão muito preocupados com a saúde de Nelson Mandela. E com o seu próprio futuro. Como eu os compreendo.
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Quando eu nasci, este homem foi detido e posto a ferros. Foi em Agosto de 1962.
Eu cresci, fui à escola, ao teatro, à missa e até ao futebol. Fui ao cinema e vi coboiadas e comédias. Assisti a caçadas e revoltas, matanças, fugas em massa, contra-revoluções, intentonas e golpes de estado, eleições e até filmes pornográficos. Mudei de país, de hemisfério, até de continente. Morri de amores e sobrevivi a alguns ódios. Travei as minhas guerras (tenho feridas que o provam), vi pulhices de todas as cores e até touradas. Arranjei trabalho e até uma profissão.
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No ano em que fiz vinte e sete anos, eu pensava que já tinha vivido um bocado.
-Foi quando soltaram o homem.
Foi ele que, mais tarde, me ensinou que o importante não é o que nos fazem, mas sim o que nós fazemos.
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3 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Muito bom!
(e as palavras adequadas)

Elizabeth disse...

Gosto muito de seu traço e do que escreve. e tambem da trilha sonora, esta é demais, um abraço brasileiro

cid simoes disse...

A não esquecer: "o importante não é o que nos fazem, mas sim o que nós fazemos."

Obrigado!