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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mr. Simpson goes to Beijing

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Embora eu nunca tenha entendido o êxito global de “Os Simpson”, essas criaturas broncas, amarelas e um tanto repulsivas, criadas por Matt Groening, o facto é que elas representam na perfeição, dizem, a classe média americana nessa prodigiosa parábola da boçalidade do cidadão comum do mundo desenvolvido.
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Penso todavia que uma razão plausível para este sucesso talvez seja o facto, simples, de que nos nossos dias, para a sociedade do espectáculo tudo é aceitável ou “cool”, desde que seja “funny”. Até o “ugly”. Dito de outro modo: tudo se vende, até o feio, desde que seja engraçado.
E todos sabemos de que ri uma plateia de analfabetos, é incontável a enormidade infame de inanidades a que eles acham graça.
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Tenho por isso, muitas dúvidas de que o “cidadão comum” da América, do mundo desenvolvido, e sobretudo do terceiro mundo (onde o “marchandising” da série se vende como pãezinhos quentes) alcance um pouco da corrosiva derisão das estórias desta curiosa série de desenhos animados.
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Agora no entanto que o comité Nobel descobriu finalmente a China, a América também descobriu que não está só no mundo para brincar às super-potências. Porém um facto é indesmentível: se a América continua a sonhar os seus pesadelos, é o sudoeste asiático que os fabrica (para grande gáudio das classes médias de todos os mundos).
O misterioso Banksy, superestrela polémica no firmamento dos mercados da arte, mostra como é. Ele criou a abertura do último episódio da série, que foi emitido no último domingo, nos Estados Unidos.
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