Apesar de este ser um blogue de desenhos, nunca teve medo das palavras - tento usá-las com parcimónia (não gosto demasiado de adjectivos) mas, para mim, um corrupto é um corrupto. Ponto. Na Coreia do Norte ou nos mares do sul; em cumieiras-de-baixo ou na Côte-de-Azur.
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A cidade em que habito não cessa de me espantar. Confesso que umas vezes me diverte, outras ainda m’ avergonha. Outras, apenas me repugna.
A cidade em que habito não cessa de me espantar. Confesso que umas vezes me diverte, outras ainda m’ avergonha. Outras, apenas me repugna.
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Aguiar de Carvalho pode ter sido um excelente chefe de família e até uma pessoa estimável, mas foi um mau presidente da Câmara. Foi com ele que a cidade (o concelho) chegou mais ou menos ao ponto em que está. Os passos seguintes foram em volta. E para baixo. E continua. A Figueira da Foz vive uma espécie de deriva estratégica: não sabe se há-de ser turística, industrial ou a puta que a pariu.
A sua curiosa visão política levou-o a escolher um advogado cheio de sono para pugnar pelas “derramas” das celuloses (estas empresas laboram e poluem no concelho da Figueira mas pagam a “derrama” em Lisboa, onde têm sede) - com os resultados que se conhecem. A míngua de receitas levou-o a entregar a cidade nas mãos sujas da especulação imobiliária (era conhecida de todos a sua conspícua ligação a determinados patos-bravos) ao ponto de transformar uma pequena e encantadora cidade piscatória com tradição turística e veleidades industriais numa espécie de Brandoa sur-mer.
- Lembram-se da VIDOR, essa empresa de referência na construção de cólidade, a quem foram entregues as zonas mais nobres da cidade?
- E da decisão estratégica inspirada de entregar a zona industrial a um especulador imobiliário?
- Além disso, quem não se lembra dos seus devaneios delirantes como o “aeroporto internacional” e o “TGV para Fátima”?
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Aguiar de Carvalho pode ter sido um excelente chefe de família e até uma pessoa estimável, mas foi um mau presidente da Câmara. Foi com ele que a cidade (o concelho) chegou mais ou menos ao ponto em que está. Os passos seguintes foram em volta. E para baixo. E continua. A Figueira da Foz vive uma espécie de deriva estratégica: não sabe se há-de ser turística, industrial ou a puta que a pariu.
A sua curiosa visão política levou-o a escolher um advogado cheio de sono para pugnar pelas “derramas” das celuloses (estas empresas laboram e poluem no concelho da Figueira mas pagam a “derrama” em Lisboa, onde têm sede) - com os resultados que se conhecem. A míngua de receitas levou-o a entregar a cidade nas mãos sujas da especulação imobiliária (era conhecida de todos a sua conspícua ligação a determinados patos-bravos) ao ponto de transformar uma pequena e encantadora cidade piscatória com tradição turística e veleidades industriais numa espécie de Brandoa sur-mer.
- Lembram-se da VIDOR, essa empresa de referência na construção de cólidade, a quem foram entregues as zonas mais nobres da cidade?
- E da decisão estratégica inspirada de entregar a zona industrial a um especulador imobiliário?
- Além disso, quem não se lembra dos seus devaneios delirantes como o “aeroporto internacional” e o “TGV para Fátima”?
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– Enfim, o sujeito era tão mauzinho que ao fim de 16 anos o seu próprio partido (o sucialista) lhe retirou o apoio a uma eventual recandidatura e mesmo assim não evitou a derrota estrondosa e humilhante às mãos de Santana Lopes, esse génio da política.
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Contudo não há como morrer para se alcançar a glória.
Contudo não há como morrer para se alcançar a glória.
Agora que uma das suas amizades electivas voltou a fazer negócios no concelho, o seu partido (o sucialista, claro) de novo com as “mãos na massa”, quer dizer, no poder, resolveu homenageá-lo com um busto na praça da Europa. Nem mais.
Mas há mais. Segurem-se: a proposta foi aprovada por “unanimidade” e “aclamação”. Em Assembleia Municipal. Nem uma abstençãozinha ou um voto contra. Unzinho. Nem da direita, nem do centro, nem da esquerda. E esta questão não era sequer política ou ideológica: era apenas de bom-senso. E de bom gosto.
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Mas há mais. Segurem-se: a proposta foi aprovada por “unanimidade” e “aclamação”. Em Assembleia Municipal. Nem uma abstençãozinha ou um voto contra. Unzinho. Nem da direita, nem do centro, nem da esquerda. E esta questão não era sequer política ou ideológica: era apenas de bom-senso. E de bom gosto.
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Um velho comunista figueirense disse-me em tempos com um humor desalentado: “Esta terra é tão fraca que aqui nem os comunistas prestam.”
Muito pior do que a deriva estratégica de uma cidade, é a sua deriva moral.
Mas se calhar não há uma coisa sem outra. Ça va de soi.
Não é bonito de se ver.
Não é bonito de se ver.
Dá vómitos.
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3 comentários:
Boas farpas!
haja alguém com coragem para colocar os pontos nos iiiis
de facto nesta terra não existe lucidez ou então estamos perante invertebrados, sem coluna, que estão sempre com o poder, o que interessa é tirar lucro de tudos e de todos, desde o senhor cujos projectos foram chumbados apesar de sucessivas alterações aos mesmos, e que já farto da situação vendeu os lotes e respectivos projectos a outro, e este por ironia do destino apresentou o 1º projecto reprovado e este foi de imediato aprovado- Assunto para tribunal, já em fase adiantado do julgamento, desistência do quexoso, a ré (Cãmara) decidira comprar o silêncio dando emprego a um sobrinho ou filho do queixoso
haja alguém com coragem para colocar os pontos nos iiiis
de facto nesta terra não existe lucidez ou então estamos perante invertebrados, sem coluna, que estão sempre com o poder, o que interessa é tirar lucro de tudos e de todos, desde o senhor cujos projectos foram chumbados apesar de sucessivas alterações aos mesmos, e que já farto da situação vendeu os lotes e respectivos projectos a outro, e este por ironia do destino apresentou o 1º projecto reprovado e este foi de imediato aprovado- Assunto para tribunal, já em fase adiantado do julgamento, desistência do quexoso, a ré (Cãmara) decidira comprar o silêncio dando emprego a um sobrinho ou filho do queixoso
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