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domingo, 6 de dezembro de 2009

Ary dos Santos

Morreu há vinte e cinco anos. E pode “ser tudo o que quiserem”. Mas era sobretudo um poeta muuito dotado e um tuga muito atípico; enfim, de outra estirpe: uma voz inteira, sem meias palavras e um coração maior do que o peito, aos saltos, perto da boca.
Até quando tomava partido. Sobretudo quando tomava partido: com a força-toda de uma profunda e autêntica sinceridade e não, como hoje se usa em certos meios de esquerda moderna, com calculismos de conveniência remunerada.
A ele nunca o veríamos abrilhantar “comissões de honra” de uma qualquer esquerda de opereta. O seu palco foi outro. Foi a vida generosa, essa Tragédia verdadeira onde se degladiam paixões, com convicção e deslumbramento.
Embora eu em nada acredite e cada vez mais de tudo duvide, aprecio o talento.
Acho admirável a força generosa e a beleza formal desta declaração de fé.
O desenho, fi-lo a pedido, para o blogue “Aldeia Olímpica” do meu irmão, camarada do poeta falecido.
Os meus respeitos.

1 comentário:

carlos freitas disse...

"Embora eu em nada acredite e cada vez mais de tudo duvide, aprecio o talento." Obrigado Fernado por escreveres assim. A lucidez é a arma dos indefesos.