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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Natureza morta com quadrado preto e luz eléctrica



Na Primavera de 1990 executei uma série de pequenas pinturas que acabei por expor, em Agosto e Setembro desse mesmo ano, na então Galeria do posto de Turismo da Figueira da Foz.
Tratava-se de exercícios, não de estilo mas de esforço, com os quais pela primeira vez me confrontei com os mistérios da natureza morta. Uma disciplina que permite a sublimação das subjectividades resultante da carga equívoca, de certo modo transcendente, que certos objectos carregam consigo quando encenados.
Estas naturezas mortas permitiram-me uma abordagem reflexiva sobre os sentidos da imagem. E também me permitiram usar uma bagagem de citações, alusões, ironias e pequenos sarcasmos no sentido da arte pela arte, sem pretensões decorativas e, muito menos, programáticas. Infelizmente, dessa série de 14 ou 15 pequenas aguarelas sobre platex, esta é a única que me resta. As outras foram vendidas, destruídas ou perdidas em mudanças de atelier. Delas não guardei sequer memória fotográfica.
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