João Abel Manta é um dos maiores artistas portugueses do século vinte.
Um grande artista com uma vasta obra diversificada (arquitectura, pintura, ilustração, etc.), quase secreta e desconhecida. “(…)não é uma pessoa de sociedade, não gosta de se ver misturado nessas multidões de intelectuais que rodeiam os governos, que se mostram nas inaugurações, que comem e bebem nos cocktails. Tão pouco gosta de mostrar a sua obra ao público, nem mesmo aos amigos. A obra é uma criação sua que só mostra ao público quando as condições são adequadas, ou quando sente necessidade, o que costuma ser raro.”
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A parte da sua obra que é mais conhecida do grande público é a sua vertente gráfica. Ficaram célebres as Caricaturas portuguesas dos anos de Salazar e os cartazes da revolução (MFA).
«Sou um pintor que em determinado período político do País, senti a necessidade de me expressar pelo cartoonismo, mas a minha luta de há dez anos para cá é sair da lista dos cartoonistas, já que nunca fiz o autêntico cartoonismo, que é uma anedota com um boneco. É uma profissão de que me sinto desligado, porque está a ser exercida de uma forma absurda, rastejante.»
A Humorgrafe, (link aqui ao lado) do crítico e especialista em caricatura e cartoon, Osvaldo de Sousa, e o BDJornal, publicação especializada em banda desenhada, estão a promover uma homenagem a João Abel Manta, a propósito do seu 80.º aniversário, que se cumpre a 29 de Janeiro de 2008.
Os trabalhos deverão ser entregues até final de Janeiro, estando já garantida uma exposição dos mesmos, no CNBDI - Centro Nacional de Banda Desenhada e da Imagem da Amadora e a sua edição num catálogo evocativo.
Até que enfim algo de jeito, uma verdadeira homenagem a um verdadeiro artista, num país onde elas costumam ser póstumas e onde prolifera a promoção quotidiana e impune da nulidade pedante e de outras mediocridades.
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