segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
sábado, 18 de janeiro de 2025
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Retrato de um grande filho-da-puta
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Começo o ano novo com a re-edição do retrato de um filho-da-puta. E desejo a todos boas festas e um excelente natal.
Quando o editei a primeira vez, em 2013, Helder Rosalino ainda era apenas um pequeno filho-da-puta (era secretário d'estado da administração pública do governo da troika, o que significa que era ele que dirigia a purga na função pública).
Mas, tal como vaticinei, o secretário-rosalino cresceu e tornou-se naquilo que sempre almejam todos os filhos-da-puta: um grande, um enorme, repolhudo e rematado filho-da-puta – a dezasseis mileuros ao mês, no Banco de Portugal.
Como é imensamente “cólificado”, rosalino ia agora a "secretário-geral do governo", um cargo que não existia até agora e ninguém sabe exactamente para que serve mas que parecia desenhado à medida (o governo até alterou a lei de propósito para "o conformar") de um grandessíssimo filho-da-puta. A filhodaputice era tal que o governo previa que fosse o próprio Banco de Portugal a pagar o salario filho-da-puta do rosalino a secretário-geral.
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
A abstenção (violentamente absentista) do portugal dos figueirinhas
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A concelhia do Partido Socialista da Figueira considera - muito acertadamente aliás, o que até não é nada habitual - “que o Orçamento Municipal para 2025 é um mau orçamento e reflete a estratégia errática do hoje sim, amanhã não, e dos projetos anunciados e não concretizados, das obras prometidas para as freguesias inscritas nos orçamentos e sempre adiadas”.
O
PS, que detém a maioria na Assembleia Municipal, votou dividido o
Orçamento municipal para 2025, proposto por Santana Lopes.
Na
Assembleia, a maioria dos deputados socialistas absteve-se, três
votaram a favor e um contra. Na câmara, um elemento da vereação
tinha votado a favor e três contra.
João Portugal, o líder da bancada socialista na assembleia municipal, o coninhas que é também presidente da Federação rosinha de Coimbra, esteve ausente da votação. E ainda não disse ai nem ui. Joãozinho também preside ao inefável e selectíssimo Club de Tennis e à assembleia geral da associação particular Goltz de Carvalho de solidaridade social. Ah, também integra o conselho directivo de uma coisa privada que dá pelo nome de Instituto Luso-Árabe para a Cooperação e curiosamente, ou talvez não, também nunca se lhe ouviu um pio sobre o que se passa na Palestina.
O único deputado municipal com juízo e com tomates foi um gajo chamado Alemão, Victor Alemão - que é presidente da Junta de Vila Verde.
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terça-feira, 17 de dezembro de 2024
sábado, 14 de dezembro de 2024
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
domingo, 8 de dezembro de 2024
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Uma Senhora que é uma Senhora
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Os meios de comunicação portugueses descobriram que Maria Teresa Horta é uma mulher excepcional. E não se cansam de o repetir. Mas, como sempre, não chegaram lá sozinhos. Souberam-no pela BBC, que acaba de a incluir na lista das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras do mundo, na actualidade.
Mas
eu já sabia há muito tempo. Em Setembro de 2012, a propósito de
uma da suas atitudes inspiradoras, dediquei-lhe uma posta - que dizia
assim:
Maria Teresa Horta é uma escritora que é dona
de um atributo raro em Portugal (sobretudo entre homens): coragem
cívica.
Mas não é de agora. Ela tem um vasto curriculum na defesa militante da condição feminina (e da justiça em geral) que vem do tempo em que o fazia jogando não só a liberdade, mas também a reputação.
E escreveu belos versos de um erotismo livre e sem pudor.
Recentemente escreveu também uma biografia de outra mulher notável (a Marquesa de Alorna, sua avó em quinto grau) e venceu o prémio literário D. Dinis. E, tal como este bom rei de Portugal, ela fez exactamente “quanto quis”: recusou-se a recebê-lo das mãos do “senhor” primeiro-ministro Passos Coelho porque, muito judiciosamente, o acha um biltre..
Isto não “é de homem”.
Porque Maria Teresa é uma senhora. Uma Senhora.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Em jeito de proclamação (especial)
Pedro Santana Lopes admite querer candidatar-se à presidência da república”, avançou o canal NOW. O canal que garante informação privilegiada adiantou ainda que “o autarca da Figueira da Foz considera que tem a experiência necessária”. Diz que só lhe faltam sondagens favoráveis.
Então é assim. Como ele já tem tudo o que é preciso, e só está mesmo à espera da vaga de fundo, eu permiti-me contribuir graciosa e desinteressadamente para a superação do seu piqueno handicap. Tomei a liberdade de redigir uma espécie de manifesto, ou proclamação que, dirigida especialmente a indecisos, confusos, recalcitrantes e ao povo em geral, talvez ajude a formar a hola!
Afixe-se.
Santana a presidente
manifesto panegírico
em forma de pequeno ensaio
sobre uma grande figura
com notas de rodapé
Ele não para e nunca dececiona os seus adetos indefetíveis; sempre recetivos a qualquer dos seus atos, quaisquer que sejam as aceções destes ou o aspeto que aparentem. Sob esta ótica, ele é um político fraturante, de fação, de rutura, de reação, de fato. Um olfato venatório, um tato circunspeto, um caráter percetivo, um instinto matador e um génio disrutivo temperado de eletricidade estática ininterruta permitem-lhe projetar epifenómenos de um afeto entusiasmado, anticético e abstrato, num trajeto muito adjetivado arquitetado em perfuntórias perspetivas que adotam sempre novas direções.
O parágrafo que acabastes de ler foi laboriosamente redigido para vosso exclusivo prazer e deleite. A pura verdade, como o evangelho, no mais puro português de lei. Dir-se-ia du Padre Vieira, mas sem espinhas; depurado e palatável: com menos consoantes mudas e mais vogais surdas. Reconheço que o logrei concluir, deste modo ortograficamente correto, com muita dificuldade.
Mas felizmente existe agora mais do que apenas uma geração que já se exprime assim com toda a naturalidade. Toda uma basta gente instruída e alfabetizada deste modo admirável.
E isto deve-se a um português ímpar1. Sim, .-porque são poucos, cada vez menos ou nenhuns, os que, através de uma acção benemérita e desinteressada logram influir assim, de modo estruturante e perdurável, na formação e edificação de gerações futuras.
Trata-se de alguém cujo contributo voluntarioso e pertinaz foi fundamental para tornar exequível este aggiornamento, este desabrochar2 da língua, este milagre do português redivivo, enfim, este épanouissement da escrita de expressão lusitana.
Mas deixemos-nos de galicismos, itálicos e rodriguinhos: foi este bravo que, confessadamente, tomou por missão patriótica o desígnio de Cavaco de fazer aprovar o acordo ortográfico de 1990.
Ele integrava então, como secretário d'estado da cultura, o governo que na mesma época também eucaliptizou o país (Cavaco, considerava - certamente bem informado, como sempre - que o eucalipto seria o “nosso” petróleo verde).
Muitos anos depois, o país não se tornou exactamente um petro-estado mas a verdade é que arde sempre mais um pouco a cada ano - o que prova que o nosso petróleo, se não é tão carburante, é pelo menos tão inflamável como o dos outros. E é ainda mais verdade que a nossa língua escrita, e até a falada, não só nunca mais foi a mesma como nunca há-de voltar a ser simplesmente uma língua como as outras.
Trata-se, já adivinhastes, do inefável, imarcescível, inimitável, inconfundível, inolvidável, imprescindível, inimputável, inamovível, imperturbável, irredutível, incontornável, e insubstituível...
Pedro Santana Lopes.
Mas o desempenho do actual e recidivo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz não se ficou apenas pelo brilharete na ortografia da língua; o que, num país reconhecido, já seria suficiente para lhe ser concedida a honra vitalícia de empunhar o estoque de Condestável ou, no mínimo, de conselheiro de estado. Somos uma república ingrata, essa é que é essa.
Santana, que recentemente confidenciou a um canal de televisão que se sente com qualidades para o desempenho do cargo de presidente da república de Portugal, já prestou muitos outros, bastos e relevantes, serviços à pátria, desempenhando sempre as mais variadas presidências – sempre eleito, por convite ou nomeação: a do Sporting; a da Santa Casa da Misericórdia; a do município de Lisboa, a de um partido político, por si mesmo criado para o efeito e ao qual se referia sempre no feminino; até a do mesmíssimo Governo de Portugal. Sempre com o mesmo aprumo e sainete3, amplamente reconhecidos, e igual impacto estruturantemente decisivo e perdurável no devir de todas as felizes instituições contempladas.
Ele é um homem nascido para mandar, para decidir, para influir, para dirigir. Porque não para presidir à república portuguesa? Sim, porque se a república é ingrata, o povo, esse, é muito agradecido e penhorado. O coração do povo é como um diamante dentro de um cofre-forte e Santana é um desses, poucos, predestinados (como o Cavaco e o Marcelo) que lhe conhecem o segredo. Eu conto-vos como ele abriu o cofre do povo da Figueira e se apoderou do coração daquela terra.
Em 1997, a Figueira vivia amancebada há mais de quinze anos com um velho dinossauro4 xelentíssimo e sucialista, numa relação tóxica que arrefecia. A Figueira é como a loura das telenovelas; ciumenta como uma leoa mas volúvel como uma borboleta: só tá bem onde não tá, só quer o que não tem, sempre à espera do príncipe encantado que, segundo um psicólogo social local5, há-de vir um dia em manhã de nevoeiro. Quando Santana chegou, estava nevoeiro e não se via nada. Bom, não era nevoeiro, era fumo; estava a Naval a arder6, mas era de manhã e não se via nada. Quando ela finalmente o lobrigou, ele era o príncipe encantado que sempre desejara, jovem e garboso e bonito como o galã cafajeste das novelas que mata cabras só com o olhar. E assim foi. Mal ele lhe pôs a vista em cima, foi de caixão à cova; fulminante: paixão recíproca e amor, fatal. Foi o início de uma chanfana intensa, que dura até hoje, cheia de peripécias e infidelidades. Uma vez ele chegou mesmo a trocá-la por outra (outra câmara municipal7) deixando-a para trás a ver navios e com um montão assim de dívidas para pagar8. Mas ela perdoa-lhe tudo e acolhe-o sempre de volta, com os braços quentes de carinho, no seu leito sempre ardente de paixão. Mas vai-e-volta ele diz que vai. E ela então diz-lhe Não venhas tarde, meu torresmo. E ele vem sempre mais tarde, porque não sabe fugir de si mesmo.
Notas de rodapé:
1--ímpar quer dizer raro, ou ainda mais, único.
2 – desabrochar, neste contexto específico, quer dizer tirar da boca.
3 - qualidade agradável ou que causa prazer = GOSTO, GRAÇA, PIADA.
4 – Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz entre 1982 e 1997.
5 – António Tavares, professor no Liceu, vereador eleito e escritor premiado.
6 – Aconteceu mesmo. No dia 4 de julho de 1997.
7 – a de Lisboa, essa galdéria.
8 – facto que ele finalmente assumiu mas reconhece como “despesas de investimento”
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