
A parolice não tem limites.
Na Figueira da Foz não há limites. A parolice pomposa só tem comparação com a chicoespertice. E é igualmente inimputável.
O Centro de Artes e Espectáculos (CAE) fez sete anos. A inefável empresa que gere esse (como eles dizem) “equipamento”, resolveu que as comemorações eram coisa para 3 dias. Porque, dizem, “o sete é um número mágico”(!).
Mas o que mais me intriga na “programação cultural” - para além das bandeirinhas e de uma grandiosa exposição (com entrada gratuita) que explica a prodigiosa política cultural da equipa que tem gerido o designado “equipamento” - são coisas como a “dança vertical dinâmica” e a “Sardinha Parade”. Da primeira até tenho medo de perguntar o que seja, mas deduzo que seja mais uma “actividade” para épater competentemente os pacóvios, tal como a segunda, da qual julgo ter lido que se trata de uma “actividade” em que 15 artistas plásticos irão pintar ao vivo outras tantas sardinhas gigantes(!), que durante o Verão serão colocadas em locais estratégicos da cidade, “até serem adquiridas por empresas ou entidades. A receita poderá ser entregue a instituições do concelho, explicou Ana Redondo.” (Devo dizer que não me canso de lastimar que alguns colegas meus continuem a aceitar participar neste tipo de anedotas circenses, ainda por cima, como sempre e lamentavelmente, à borla).
Claro que tão ambicioso programa “artístico” só pode ser acompanhado de um painel de “oradores ilustres” que tratarão de demonstrar quão rutilante terá sido a gestão económica e o brilho cultural do “equipamento” durante os seus sete anos de vida.
Não há sardinha parade sem um correspondente desfile de carapaus de corrida. Ah, e sem a habitual multidão de basbaques. Sim porque presumo que uma espampanante festarola auto-promocional como esta terá sempre, como eles dizem, um “público alvo”.
Figueira da Foz teve em tempos fortes tradições na pesca do bacalhau. Infelizmente, ou talvez não, boa parte do espólio sobre a pesca do bacalhau e da epopeia bacalhoeira figueirense foi parar a Ilhavo. Sendo assim proponho que o próximo S. João seja dedicado à punheta de bacalhau.
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