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Aquilo
a que chamam popularidade
é um daqueles fenómenos que sempre me encheram de perplexidade. Num
mundo de pessoas cheias de bizarrias idiossincráticas e peculiares
nunca fui capaz de compreender o mistério que faz seja o que for
do agrado
geral ou, pelo menos, das mais amplas maiorias.
André
Pestana
é um destes fenómenos peculiares que, para mim, são
incompreensíveis.
Trata-se
de um professor sindicalista
que lidera, há
meses,
uma luta sindical – ora, os professores que ele supostamente
lidera, os mais sensíveis à sua retórica justiceira, são
precisamente aqueles que nunca se indignaram com o que lhes pagam nem
com as condições do seu trabalho, que não gostam de sindicatos,
que nunca fizeram uma greve e jamais descontaram para um sindicato
(muito deles nem sabem o que é, nem para que serve, têm raiva de
quem sabe e até o manifestam orgulhosamente em público).
Quando
quis fazer-lhe este
retrato,
procurei na net
imagens suas. As mais numerosas foram invariavelmente fotografias do
senhor Pestana sempre rodeado de imensos microfones. Ou seja, a
benevolência, simpatia e o tempo-de-antena que generosamente lhe dispensam os meios da
comunicação comercial
fazem dele - através da indução, da sugestão e da persuasão - um
dos mais queridinhos de toda a gente mal informada.
Foi então que percebi que a notícia da morte dos media é bem capaz de ter sido demasiado exagerada. Os media não ajudam apenas a vender sabonetes ou candidatos a presidentes. Também ainda ajudam a vender sindicalistas.
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Pestana, os media, e o ensaio para um sindicato Chega numa classe com muitos oportunistas ignorantes-presumidos.
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